Thomas Kahn, um investidor pouco conhecido

Hoje, decidi trazer um pouco da história de Thomas Kahn, filho do lendário investidor Irving Kahn. Poucos o conhecem, mas acredito que no futuro ele deverá ser lembrado, pois certamente adquiriu conhecimentos valiosos com seu pai, além de possuir uma mentalidade e filosofia de investimentos que, muito provavelmente, o levarão ao sucesso.

A vida de Thomas Kahn

Quando Thomas Graham Kahn nasceu, em 1942, seu pai, Irving Kahn, deu-lhe o nome do meio em homenagem a Benjamin Graham – “o pai do investimento em valor”. Provavelmente, Thomas viveu bastante neste meio desde pequeno e, não surpreendentemente, também se tornou um investidor em valor.

Embora tenha sido criado numa vizinhança de classe média, Thomas sabia que a independência financeira de seu pai não havia chegado de maneira fácil. Irving começou do zero, mas, graças aos ensinamentos de Graham, ele conseguiu colocar o dinheiro para trabalhar a seu favor no mercado de ações de maneira inteligente.

Assim, Thomas aprendeu muito cedo que era importante ter o dinheiro trabalhando para ele, ao invés de trabalhar para o dinheiro. Além disso, seu pai não levava os investimentos apenas como uma profissão, mas como um hobby. Por isso, Thomas acabou pegando o gosto pela coisa.

Como o mercado de ações é muito afetado pela psicologia humana, investir de maneira inteligente não exige apenas conhecimento financeiro, mas também uma boa mentalidade.

Assim, herdar o temperamento de sua mãe, Ruth, também foi fundamental para Thomas atuar no campo dos investimentos. Isso porque Ruth era Ph.D. em Psicologia pela Universidade de Columbia.

O desenvolvimento pessoal de Thomas

Thomas desenvolveu uma mentalidade de agir no sentido contrário ao das massas. Com isso, ele aprendeu que o sucesso nos investimentos é mais uma arte do que uma ciência.

Ele diz que “se o jogo dos investimentos é apenas sobre números e cálculos, então, em teoria, ao dar para computadores os números disponíveis, eles seriam capazes de utilizar os critérios certos, ganhando dinheiro sempre”.

No entanto, como isso não é o que acontece, Thomas concluiu que investir é uma arte cujo sucesso está atrelado ao temperamento adequado e ao entendimento das empresas.

Kahn sempre soube que, eventualmente, se juntaria a seu pai no mundo dos investimentos. No entanto, antes disso acontecer, ele decidiu ampliar sua base de conhecimento ao estudar História na Cornell University.

Thomas acreditava que, ao estudar tópicos de política e finanças, ele conseguiria um bom entendimento do passado, o que permitiria que ele, de certa forma, “antecipasse” o futuro. Além disso, como a História pode ser considerada a soma das decisões humanas e suas consequências, seu estudo proporcionaria um bom entendimento da psicologia humana.

Após se graduar, em 1964, ele teve de participar de um programa do governo no qual lecionaria para crianças. Assim, deu aula em uma escola do Bronx por alguns anos.

Ao mesmo tempo, Thomas estudava para um MBA na Stern School of Business, o qual completou em 1967.

No ano seguinte, Kahn oficialmente se juntou a seu pai, Irving, e a seu irmão, Alan, no mundo dos investimentos. Eles trabalharam em alguns escritórios nos quais Thomas era, geralmente, responsável por alguns trabalhos manuais, pois ainda era muito jovem.

Ainda assim, apesar de “braçais”, ele foi capaz de tornar estes trabalhos engrandecedores, pois, com eles, Thomas passou a estudar sobre os negócios de várias empresas.

A criação da Kahn Brothers Group

Após adquirir familiaridade com os investimentos, ele começou a fazer alguns trabalhos analíticos para seu pai. Depois de certo tempo, ao final da década de 70, os Kahns decidiram que era o momento de abrirem sua própria empresa de investimentos, a Kahn Brothers Group.

Atualmente, Thomas preside a Kahn Brothers Group, Inc. Através de suas duas subsidiárias, Kahn Brothers Advisors LLC e Kahn Brothers LLC, a empresa fornece gestão de investimentos, serviços de consultoria e de corretagem.

Irving, Alan e Thomas fundaram a companhia adotando as técnicas de Benjamin Graham como sua filosofia de investimentos. Ao final de 2011, eles faziam a gestão de mais de US$ 700 milhões de carteiras de clientes institucionais e de clientes pessoa física com grandes patrimônios.

Vale dizer que sua filosofia de investimentos, na verdade, evoluiu da filosofia original de Graham para um modelo de “contrarianismo”. Isto é, que busca ir no sentido contrário ao do pensamento coletivo. No entanto, o foco da estratégia ainda permanece na margem de segurança, direcionado para o longo prazo.

A missão da empresa dos Kahns é fornecer retornos superiores aos seus clientes, ao mesmo tempo em que limita a exposição ao risco e ao potencial de perda permanente do capital.

Além disso, é interessante destacar que a companhia cresce num ritmo controlado, aceitando apenas clientes que compartilham da filosofia dos investimentos de longo prazo. Não há qualquer intenção de crescer apenas por crescer.

ACESSO RÁPIDO
    Tiago Reis
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