Resumo da Semana: Prisão de ex-presidente, contratempos no andamento da Reforma da Previdência, IGP-M e Selic

O Ibovespa encerrou a última semana registrando 93.735 pontos, isso depois de, na mesma semana, ter alcançado o patamar histórico dos 100.000 pontos. Na sexta-feira (22), a variação do índice foi negativa, de expressivos -3,10%. No acumulado da semana, a queda foi ainda mais impactante, sendo de -5,45% (a pior semana de 2019, em termos de variação do índice). No acumulado do ano, contudo, a variação do Ibovespa segue ainda positiva, de +6,65%.

Já o Ifix – índice referência dos Fundos Imobiliários – demonstrou mais uma vez o motivo de sempre enaltecermos essa categoria de investimentos pela sua interessante característica de se manter mais estável que a médias das ações, em termos de volatilidade. Na sexta-feira, o índice também apresentou uma baixa, porém de -0,42%. No acumulado da última semana e do ano de 2019, as variações do índice foram de -0,46% e +5,09%, respectivamente.

Dentre os acontecimentos da semana, não poderia deixar de ser mencionado, no âmbito do cenário político, a prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que ocorreu na manhã da quinta (21) pela força-tarefa da Lava Jato no Rio. A ação foi fundamentada em delação do ex-operador do MDB, Lúcio Funaro, homologada em 5 de setembro de 2017 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As declarações de Funaro relatam como funcionavam os esquemas de corrupção no Congresso, comandados por caciques do partido, como Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima, Moreira Franco, Tadeu Filippeli, ex-assessor especial do gabinete de Temer, e o ex-presidente.

A Lava Jato cruzou os dados fornecidos por Funaro com planilhas entregues à Justiça pelos doleiros Vinícius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Toni. Segundo a operação, eles tinham como função enviar dinheiro para o exterior na conta de políticos e empresários. Nas informações entregues à Justiça constam transferências para o operador de Eduardo Cunha, Altair Alves Pinto, apontado pelos doleiros como o “homem da mala”, responsável por repassar dinheiro do ex-deputado para Temer. Adicionalmente, nos documentos em posse da Lava Jato há informações do doleiro sobre diversos assuntos, tais como as relações do Congresso com a JBS, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, e sobre como evitar que outros alvos da operação fizessem delação premiada.

O fato desencadeou uma série de acontecimentos que culminaram na queda da bolsa brasileira, uma vez que foi tirada a atenção sobre a reforma da Previdência, que necessita da mobilização dos parlamentares para ser tramitada. Vale adicionar que o ex-ministro de Minas e Energia do governo Temer, Moreira Franco, também preso na operação, é sogro do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Isso poderia acarretar em um empasse para a continuação das articulações políticas na Câmara dos Deputados para a aprovação da Reforma da Previdência, que necessita de 308 votos em dois turnos para ser aprovada na Câmara.

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Já no cenário econômico, é importante mencionar o dado divulgado na terça-feira (19) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 1,06% no segundo decêndio de março. No mesmo período do mês passado a taxa foi de 0,55%. Entre os indicadores, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi o que mais contribuiu para a alta, saltando de 0,73% para 1,41% em comparação com fevereiro. O IPA responde por 60% do índice geral. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais subiram, em média, 1,57% em março. O principal responsável pelo aumento foi o subgrupo combustíveis, cuja a taxa acelerou de -0,83% para 7,41%. Em relação aos Bens Intermediários, o índice saiu de -0,29% em fevereiro para 0,70%. O subgrupo materiais e componentes para a manufatura passou de -1,03% para -0,12% no período. Já a taxa do grupo Matérias-Primas Brutas passou de 1,89% em fevereiro para 2,07% em março.

Já na quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu manter em 6,50% a taxa básica de juros (Selic). A decisão foi tomada após a reunião do Copom, que terminou na tarde do mesmo dia. Essa foi a oitava reunião consecutiva do Copom em que a Selic é mantida no mesmo patamar, e foi a primeira reunião da gestão do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na cerimônia de transmissão de cargo, o novo presidente tinha afirmado que seguirá buscando manter a inflação baixa e controlada. Uma frase que sinalizava a intenção de manter inalterada a taxa de juros.

Como sempre gostamos de enfatizar, momentos de incertezas e altas volatilidades, como o que estamos atravessando agora, podem se configurar em ótimas oportunidades de entradas a preços descontados em ativos com bons fundamentos. Seguiremos atentos ao mercado, sempre no intuito de conseguir proporcionar boas alternativas de investimentos àqueles que confiam e creditam em nossas análises e teses de investimentos.

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