Radar do Mercado: Suzano (SUZB3) – Redução de financiamento pela metade demonstra responsabilidade financeira por parte de sua gestão

A Suzano Papel e Celulose comunicou ontem (25) aos seus acionistas e ao mercado em geral que o seu Conselho de Administração aprovou, em reunião realizada no último dia 21 de setembro, a diminuição pela metade do financiamento bancário para fazer frente à fusão com a Fibria. Neste sentido, a companhia anunciou que o compromisso firmado com instituições financeiras internacionais passou de US$ 4,4 bilhões para US$ 2,2 bilhões.

De acordo com a companhia, essa redução foi possível por conta da emissão de Nota de Crédito de Exportação (NCE) e Crédito de Produtor Rural (CPR) no valor total de R$ 786 milhões, equivalente a US$ 200 milhões, anunciado em agosto, além da emissão de US$ 1 bilhão em notas no exterior fechado na semana passada. Além disso, a companhia cita a sua forte geração de caixa como mais um fator para a decisão.

“Reiteramos que a consumação da operação está sujeita, ainda, ao cumprimento de outras condições precedentes usuais para este tipo de operação, incluindo a aprovação por determinadas autoridades da concorrência no Brasil e no exterior. Até a data da consumação da operação, as companhias não sofrerão qualquer alteração na condução de seus negócios e permanecerão operando de forma independente”, ressaltou a Suzano em seu comunicado.

 

Num contexto geral, mesmo a transação com a Fibria ainda dependendo de outros órgãos, esse evento pode ser enxergado como positivo por parte dos acionistas da companhia, haja vista que o resultado da fusão será a maior produtora de celulose do mundo, consolidando, com isso, o Brasil como líder global no mercado de celulose de fibra curta, os quais apresentam os custos de produção mais atrativos que o mercado de fibra longa, típico das industrias presentes no hemisfério norte.

Adicionalmente, a Suzano e a Fibria terão, juntas, 11 unidades de operações industriais, o que poderá se traduzir em uma capacidade de operação de cerca de 11 milhões de toneladas de celulose, além de uma capacidade de exportação de R$ 18 bilhões por ano e uma base de clientes em algo em torno de 90 países.

Estima-se, ainda, que a projeção de investimentos para 2018 e 2019 das duas companhias gira em torno de R$ 6,4 bilhões, fator esse que pode significar um aumento de produtividade representativo para os próximos anos.

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No mais, a Suzano chama a atenção pelo seu empenho em expandir as suas áreas de atuações, isso por que, em 2015, a sua gestão anunciou a realização de investimentos na construção de duas unidades de produção de papel tissue, em Mucuri e Imperatriz, tendo como estratégia se tornar, segundo reportado na ocasião, um parceiro industrial desse segmento, fornecendo bobinas e também a conversão para a fabricação do produto final, trazendo competitividade de custos e de logística.

Com a referida aquisição, a operação une as duas maiores empresas de celulose do país e transforma a companhia resultante em líder mundial em celulose de mercado. Ainda de acordo com as partes, a Votorantim, que até então detinha uma fatia de 29,42% na Fibria, passará a ter participação minoritária de 5,6% na nova companhia. Já o BNDESPar, que possui 29,08% da Fibria, terá 11,1% após o término da união das companhias.

Vale lembrar que a Suzano será controladora e terá 46,6% da estrutura societária da nova companhia resultante da fusão entre as partes.

No mais, em nossa avaliação, a notícia dada pela Suzano no dia de ontem é positiva para a companhia, dado que, por motivos óbvios, níveis de alavancagens devem sempre ser alvo de esforços por parte de uma gestão para serem diminuídos e/ou evitados, e é isso que a Suzano demonstra estar fazendo, de acordo com o comunicado acima feito pela empresa.

Dessa maneira, seguimos avaliando a Suzano como sendo a companhia a qual consideramos a de maior relevância dentro do seu segmento de atuação.

O que não gostamos, contudo, é do seu atual preço – SUZB3 encerrou o dia de ontem sendo negociada a R$     48,00 – e, por esse único motivo, seguimos de fora da Suzano até que suas cotações se mostrem mais atraentes e proporcionem uma margem de segurança satisfatória.

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    Tiago Reis
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