Radar do Mercado: CSN (CSNA3) – Bloqueio judicial de distribuição de dividendos deixa case ainda mais controverso

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou ontem (28) que após o anúncio de distribuição de dividendos, “foi surpreendida pela ordem do Juiz da 10ª Vara de Execuções Fiscais da Justiça Federal de São Paulo de bloqueio da distribuição dos dividendos declarados no último dia 17 de agosto”.

Desta forma, a companhia está impedida por ora de efetuar o pagamento dos dividendos a partir do dia 30 de agosto, conforme aviso aos acionistas divulgado.

“A companhia está avaliando todas as medidas cabíveis para preservar o seu melhor interesse, assim como também o de seus acionistas”, salientou a CSN em seu comunicado.

 

Em relação ao comunicado feito pela CSN, vale destacar que o mesmo se trata da distribuição de R$ 890 milhões em dividendos que seriam pagos aos acionistas da companhia a partir desta quinta-feira, dia 30, e que o referido bloqueio se refere a um processo que envolve a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e a cobrança de um débito fiscal de R$ 7,9 bilhões da companhia.

Nesse sentido, a Fazenda Nacional pediu a substituição de parte dos bens penhorados (imóveis, veículos e maquinário) da empresa pelos valores dos dividendos.

Segundo argumentação da Procuradoria Geral da Fazenda, que consta na decisão da Justiça, a distribuição dos dividendos demonstra que a empresa tem disponibilidade financeira para “garantir o juízo”, já que os bens penhorados têm menor liquidez.

Ainda de acordo com a argumentação da Procuradoria, a penhora dos dividendos não teria impacto na atividade da empresa, já que os valores seriam destinados aos acionistas.

No último dia 17 de agosto, a CSN informou que a remuneração aos acionistas fazia parte do esforço para concluir o reperfilamento de dívida de curto prazo com o Bradesco.

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No mais, a CSN é um dos maiores complexos siderúrgicos integrados do mundo, e que atua em cinco setores diferentes:  siderurgia, mineração, logística, cimento e energia.

Atualmente, entre seus ativos, a empresa conta com uma usina siderúrgica integrada; cinco unidades industriais, sendo três delas no exterior; minas de minério de ferro, calcário, dolomita e estanho; uma forte distribuidora de aços planos; terminais portuários; participações em ferrovias; e participação em duas usinas hidrelétricas.

No entanto, vale aqui lembrar que a companhia se encontra nesse momento em um nível de endividamento acentuado e também atua em um setor bastante cíclico.

Em nossa opinião, a combinação destes dois fatores (endividamento alto + setor cíclico) é uma receita bastante propícia para problemas no futuro.

Talvez a preços próximos às mínimas observadas em 2015/2016 (algo entre R$ 3,00 e R$ 4,00), poderíamos pensar na indicação, porem reforçamos que setores cíclicos e que dependem em grande parte da demanda proveniente de mercados externos não são os de nossa preferência.

Assim sendo, achamos mais prudente e racional seguir de fora da CSN nesse momento, e permanecemos nesse posicionamento por tempo indeterminado.

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    Tiago Reis
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