Mão ínvisivel: entenda o conceito de autorregulação do mercado

Com a crescente popularização do liberalismo como corrente filosófica e econômica, alguns termos vem ganhando cada vez mais destaque. Um deles é a conhecida “mão invisível do mercado” um conceito teórico que pode até mesmo influenciar governos e sua política fiscal.

Por mais que o tema tenha voltado a ganhar destaque recentemente, a ideia da mão invisível do mercado não é algo criado a pouco tempo. Essa ideia já vem ganhando destaque desde o século XVIII, através de filósofos e pensadores adeptos do liberalismo.

O que é a mão invisível?

A mão invisível é um termo que foi introduzido por Adam Smith em 1759 no livro “Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações” para se referir à interferência natural que o mercado exerce na economia.

Dessa forma, a mão invisível seria o mecanismo básico que forneceria as condições para o funcionamento do chamado livre mercado.

Este é um termo utilizado recorrente pelos defensores do liberalismo econômico e que têm grande significado tanto teórico quanto prático.

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Adam Smith e a mão invisível

Adam Smith nasceu em 1723, e foi um dos grandes expoentes do chamado Iluminismo Escocês, que marcou o século XVIII.

O fato de seu rosto estar atualmente estampando as notas de 20 pounds (libra esterlina) do Reino Unido mostra a sua relevância enquanto teórico.

Smith é um dos principais, se não o principal, nomes do liberalismo econômico. Seu trabalho até hoje é referência quando o assunto é Economia. E há um motivo para isso.

É importante ressaltar que o autor nasceu e cresceu durante o mercantilismo, prática caracterizada pelo controle estatal da Economia.

mão invisível

Talvez por isso o pensador tenha se proposto a analisar diferentes sociedades para descobrir o segredo para se tornar um país rico.

Sua conclusão, após anos de estudo, foi que a divisão de trabalho era a responsável por isto.

Isso porque, para Smith, alguém com grande conhecimento em determinada área produziria melhor do que uma pessoa com experiência prática em outro segmento.

Desta forma, a seu ver, nações mais prósperas eram as que propiciavam e incentivavam novas formas produção e trabalho. Inclusive por meio do empreendedorismo.

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A mão invisível e o liberalismo econômico

mão invisível

O liberalismo econômico defende que o Estado não interfira no mercado. Mas interferir de que forma?

Regulamentando, intervindo em casos de variação no valor de moedas e produtos ou subsidiando-os. Ou mesmo taxando-os excessivamente. Algo que é recorrente no Brasil, por exemplo.

Uma economia liberal, em tese, trabalharia com autorregulação. Por isso, o liberalismo econômico acredita que as próprias empresas se ajudariam em caso de necessidade. E isto seria feito por tais empresários, ainda que não intencionalmente.

Segundo Adam Smith, só seria aceitável a intervenção do Estado em três casos:

  • Para o estabelecimento e manutenção da Justiça;
  • Em caso de necessidade de defesa do país/nação; ou
  • Com a realização de obras públicas de instituições que não despertassem o interesse privado.

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A mão invisível dentro da lógica de oferta e demanda

A teoria da oferta e da procura ainda é um dos principais pontos que reforçam a existência da mão invisível do mercado.

Ela afirma que um mesmo produto pode seguir dois distintos caminhos.

Um deles é uma grande oferta com baixa demanda, o que acarretaria a queda do preço do produto.

O segundo é a pouca oferta com uma grande demanda, o que encareceria este produto.

Algo que, comprovadamente, acontece. É possível ver tais alterações até mesmo em tarefas cotidianas, como uma ida à feira.

Na época de chuvas, o preço das hortaliças tende a ser menor, porque a produção e a oferta são maiores. Já no verão estes produtos se tornam escassos e mais, automaticamente, mais caros.

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Críticas ao liberalismo e a ideia do mercado autorregulável

É importante destacar que o liberalismo econômico, assim como as demais teorias, não é aceita como o melhor caminho por todas as pessoas.

Entretanto, é impossível negar a sua influência no mundo capitalista. Tanto que ele é amplamente apresentado em uma série de leituras importantes para quem deseja investir.

Por isso, a Suno Research organizou uma lista com os 10 livros que todo investidor deveria ler. Vale a pena conferir.

Ainda que seja difícil encontrar uma economia que não demande a interferência do governo eventualmente.

Talvez a mão invisível que vemos hoje não seja apenas do mercado, mas tenha também ao menos um dedo do Estado.

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    Tiago Reis
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    6 comentários

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    • Mauricio 12 de novembro de 2019
      O conflito entre capital e trabalho na determinação dos salários indica que a mão invisível não é tão justa assim. (Basta olhar "A Instituição de Poupança Pública" do Luís Fernando Azevedo Lopes).Responder
      • Rogerio 14 de dezembro de 2019
        Zona de conforto é uma merda, o capital está sempre lhe dizendo que se não está satisfeito com o seu salário que vá aprender algo novo e melhore a renda.Responder
        • Lorem Ipsum 16 de janeiro de 2020
          simplista de merdaResponder
        • Victor 6 de outubro de 2020
          Sim, podemos aprender algo novo como guilhotinar e fuzilar gente que não paga um salário satisfatório né verdade?? Isso certamente vai melhorar a renda... Pior ainda, confiscar tudo de quem combina um salário, que a gente concorda que seja satisfatório, mas depois não paga o combinado, alegando que não conseguimos produzir com tanta qualidade e tanta produtividade quanto imaginavam nos seus sonhos... Quem pede metas impossíveis e desumanas não estava mesmo pensando em pagar pelo trabalho né verdade? Wage Theft é mato.Responder
    • Roberto Vital Anau 31 de maio de 2020
      "Por isso, o liberalismo econômico acredita que as próprias empresas se ajudariam em caso de necessidade. E isto seria feito por tais empresários, ainda que não intencionalmente." Qual é a fonte disso? Creio que é uma leitura equivocada. As empresas competem umas com as outras e essa é a fonte do progresso econômico geral, segundo Smith. Autorregulação não á absolutamente cooperação entre empresas. É o cerne da mão invisível: a oferta e a demanda contrapõem-se, mas, em um livre mercado de caráter concorrencial (concorrência perfeita - um modelo próximo ao mundo de Smith e bastante escasso na atualidade), a própria ação dessas forças contrárias levaria a um equilíbrio que resultaria na melhor solução para todos. Além disso, o individualismo, a busca pelo ganho próprio, seria o melhor caminho para a riqueza coletiva, na forma do aumento da produção, da produtividade, dos empregos e da renda. Essas são, até onde vai minha relativa ignorância, as duas dimensões combinadas da teoria da mão invisível. Nada, portanto, que indique qualquer ação cooperativa entre empresas ou empresários, mesmo não intencional, mesmo em situações de crise.Responder
    • dr. Sebastiao Junior 7 de agosto de 2020
      de facto, a mao invisivel, foi a base da economia e assim, como para o funcionamento internancional e economico dos mercadosResponder