Capital de Terceiros: quando vale a pena se endividar para crescer?

Nem sempre as empresas trabalham somente com o capital próprio. É comum a prática de utilizar também o capital de terceiros para financiamento das operações.

De fato, ao analisar o balanço patrimonial, é possível encontrar várias empresas utilizam mais o capital de terceiros do que capital próprio na sua estrutura de capital.

O que é Capital de Terceiros?

O capital de terceiros é a utilização de dinheiro de outras fontes que não sejam a da própria empresa. É um método muito comum de adquirir capital em empresas que desejam se alavancar e crescer suas operações.

No entanto, é importante ressaltar que existe um custo de capital, ou seja: o dinheiro emprestado deve ser pago com uma taxa de juros a ser combinada.

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Porém, ao adquirir essa quantia, a empresa em questão deve se comprometer a pagá-la com juros no futuro.

De fato, a empresa, ao tomar dívida e aumentar sua alavancagem, deve tomar cuidado para que consiga honrar com seus custos.

Por fim, fica claro que a operação torna-se vantajosa para a empresa (que pode expandir suas operações) e para quem empresta o dinheiro (pelo recebimento de juros), tornando-se, assim, uma relação benéfica para ambos os lados.

Quais os Tipos de Capital de Terceiros?

Basicamente, os três tipos mais comuns de dívidas são:

  • Empréstimos;
  • Financiamentos;
  • Debêntures.

1. Empréstimos

Os empréstimos são dívidas tomadas principalmente junto aos grandes bancos brasileiros e ao BNDES.

De fato, através desse empréstimo, a empresa terá dinheiro para investir em suas operações, independente de qual seja.

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2. Financiamentos

Enquanto os empréstimos são utilizados pela companhia para qualquer finalidade, os financiamentos possuem um destino específico.

Geralmente, esse destino costuma ser a compra de algum imobilizado ou de uma participação societária.

3. Debêntures

Por outro lado, as debêntures são originadas junto ao público investidor do mercado de capitais.

Ou seja, ao investir em debêntures, o investidor está emprestando dinheiro para as sociedades de capital aberto da bolsa de valores.

Além disso, muitas companhias nacionais emitem debêntures em outros países, em outras moedas. Nesse caso elas são chamadas de bonds.

Qual o custo do Capital de Terceiros?

Sempre que uma empresa toma dinheiro emprestado, ela deve pagar juros, que podem ser calculados de três formas:

  • Pré-fixado;
  • Pós-Fixado;
  • Misto.

1. Pré-fixado

Como o nome sugere, os juros pré-fixados são aqueles definidos anteriormente ao empréstimo.

Por exemplo: juros de 5% ao ano; juros de 0,8% ao mês.

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2. Pós-fixado

A partir do nome, é possível entender que os juros pós-fixados são aqueles associados a uma taxa utilizada pelo mercado.

Por exemplo: juros de 105% do CDI; juros de 110% da Selic.

3. Mistos

Por fim, nessa modalidade de juros mistos, combinam-se elementos tanto dos juros pré-fixados quanto dos juros pós-fixados.

Por exemplo: juros de IPCA + 5%; juros de IGP-M + 3,6%

Como é Utilizado o Capital de Terceiros?

Além dos juros, outra característica das dívidas é a moeda, que pode ser o Real, Euro, Dólar ou outra.

Portanto, dependendo do cenário cambial e de taxas de juros, a companhia pode utilizar derivativos para substituir suas dívidas por outras. Um instrumento muito utilizado para esse fim são os Swaps.

Por exemplo: se a empresa espera que o Dólar se desvalorize frente ao Real, ela pode trocar sua dívida em Real por uma dívida em Dólar.

Ou então, caso acredite que a Selic irá cair, ela pode trocar um empréstimo pré-fixado para um pós-fixado.

Por fim, as dívidas possuem variados vencimentos, então a companhia precisa administrar de perto o fluxo de pagamentos aos seus credores e pode inclusive, ter que “rolar” a dívida para frente.

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Quais as vantagens do Capital de Terceiros?

O capital de terceiros pode ser usado para gerar valor ao acionista desde que a companhia consiga remunerá-lo a uma taxa maior que os juros.

Muitas vezes, é mais barato para a empresa contrair mais dívida ao invés de pagá-la, por conta das taxas atrativas para companhias, sendo essa uma das vantagens do capital de terceiros.

Dessa forma, torna-se vantajoso para uma empresa se endividar e, através do endividamento, crescer as operações da companhia.

Contudo, a empresa deve estar atenta quanto à taxa de juros, moeda, e vencimento dessas dívidas, para que consiga honrar com seus compromissos financeiros.

Portanto, dependendo da dose, as dívidas podem melhorar o resultado ou matar uma companhia, podendo essa ser uma das desvantagens do capital de terceiros.

Ainda ficou com dúvidas a respeito de capital de terceiros? Comente abaixo!

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    Rodrigo Wainberg
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