Zuckerberg anuncia integração entre Whatsapp e Facebook Messenger

O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou nesta quarta (6) que a empresa vai se concentrar na privacidade de dados de seus usuários e unir Whatsapp e Messenger numa única plataforma de conversas.

“As pessoas querem cada vez mais se conectar privadamente no equivalente digital a uma sala de estar. Pensando no futuro da internet, eu acredito que uma plataforma de comunicação focada na privacidade se tornará ainda mais importante do que as plataformas abertas que temos hoje. A privacidade dá às pessoas a liberdade para serem elas mesmas e se conectarem mais naturalmente, é por isso que nós construímos redes sociais”, escreveu Zuckerberg, numa carta aberta de mais de 3.200 palavras.

Segundo o CEO da rede social, em alguns anos, as futuras versões do Messenger e do Whatsapp vão se tornar o principal meio de comunicação no Facebook. “Nós estamos focados em tornar ambos os aplicativos mais rápidos, simples, privados e seguros, incluindo com uma criptografia end-to-end. Planejamos adicionar mais meios para se interagir privadamente com seus amigos, grupos e negócios”.

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O executivo disse que a plataforma focada na privacidade vai ser construída em torno de alguns princípios:

  • Interações privadas: “Pessoas deveriam ter locais simples e íntimos onde elas possam ter um controle claro sobre quem pode se comunicar com elas e confiança de que ninguém mais possa ter acesso ao que elas compartilham”.
  • Criptografia: “A comunicação privada das pessoas deve ser segura. Criptografia end-to-end previne qualquer um — inclusive nós [do Facebook] — de ver o que as pessoas compartilham nos nossos serviços”.
  • Permanência reduzida: “As pessoas devem se sentir confortáveis sendo elas messas, e não deveriam ter de se preocupar se o que elas compartilham irá voltar a machucá-las posteriormente. Desse modo, não vamos manter mensagens ou histórias disponíveis por mais tempo que o necessário para entregar o serviço ou mais do que as pessoas quiserem”.
  • Segurança: “As pessoas devem esperar que nós faremos o máximo que pudermos para mantê-las seguras em nosso serviço dentro dos limites do que é possível com as ferramentas de criptografia”.
  • Interoperabilidade: “As pessoas devem ser livres para usar qualquer um de nossos aplicativos para chegar até seus amigos, e devem ser capazes de se comunicar por meio de nossas redes fácil e seguramente”.
  • Armazenamento seguro de dados: “As pessoas devem esperar que nós não vamos armazenas dados sensíveis em países com maus históricos de defesa dos direitos humanos como privacidade e liberdade de expressão a fim de proteger os dados de serem impropriamente acessados”.

A mudança no direcionamento do foco da empresa vem justamente após um ano marcado pela pressão pública, e política, a respeito da falta de transparência do Facebook.

Em março de 2016, foi revelado que dados de usuários da rede social haviam sido usados pela empresa britânica Cambridge Analytica. Essas informações pessoais serviram a análises políticas para influenciar as eleições americanas de 2016, caso que levou Zuckerberg a depor perante o Congresso dos Estados Unidos no ano passado.

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No começo, estimava-se que se tratava de um vazamento de dados de 50 milhões de pessoas – número que foi corrigido pela própria empresa para 87 milhões de contas atingidas.

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A companhia de Mark Zuckerberg enfrenta uma série de escândalos de privacidade, que se somam à controvérsia que rodeia a rede social pela fácil veiculação e compartilhamento de mentiras e desinformação na rede. Durante as mesmas eleições de 2016, o Facebook estimou que cerca de 10 milhões de pessoas estiveram expostas aos mais de 3 mil anúncios pagos por contas falsas supostamente ligadas à Rússia.

Guilherme Caetano

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