XP se posiciona e responde às acusações sobre suspeita de fraude

A XP Inc. (NASDAQ: XP) divulgou neste domingo (8) uma nota de resposta às acusações feitas em documento pela consultoria de investimentos The Winkler Group.

Segundo a XP, o relatório assinado por Nick Winkler, do The Winkler Group, contém erros e possui pontos que são imateriais e/ou irrelevantes. Dessa forma, a corretora de valores brasileira afirma “ser apropriado responder prontamente a cada alegação visando total transparência com nossos diversos stakeholders”.

Confira os principais tópicos questionados pela nota da XP:

  1. Estão corretos os valores do lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) nas demonstrações financeiras da XP. Estas se tornaram públicas por meio do arquivamento do documento relativo ao processo de IPO.
  2. A afirmação de que há uma diferença de R$ 44 milhões do ativo principal está incorreta. A XP afirma que o grupo fez o cálculo se utilizando de metodologias contábeis com linhas diferentes, o que gerou a discrepância.
  3. As afirmações sobre a diferença reportada pela corretora na receita e fluxo de caixa anuais frente à auditoria do ano seguinte não estão corretas. O Winkler Group comparou saldos contábeis de demonstrações financeiras individuais de duas entidades distintas da XP.
  4. A informação de que a deficiência no relatório financeiro da XP foi identificada anos antes não está certa. A empresa defende que o grupo está misturando duas afirmações feitas em momentos diferentes pela XP.
  5. A demissão da KPMG da função de auditor externo não teve nenhuma relação com algum desentendimento.
  6. O ex-CFO da XP não teve qualquer envolvimento no que o The Winkler Group chamou de “esquema”. O caso foi encerrado sem reconhecimento de culpa por parte do ex-CFO ou da XP.
  7. Os documentos reconhecem que o novo CFO tomou posse de cargo a partir de 2019 e não antes.
  8. A acusação de que a XP conscientemente violou leis e regulamentos da FINRA (órgão de regulação financeira dos Estados Unidos) parte de informações falsas e imprecisas. Todas a acusações foram negadas e o caso foi encerrado em 2014. Não houve qualquer alegação de ilicitude por pela FINRA.
  9. A informação de que a XP comprou uma empresa ligada à empresário envolvido em esquema de lavagem de dinheiro por 10 vezes seu valor não procede. A corretora não tem ligações com o executivo e afirma ter feito a compra em razão do valor de mercado da empresa.
  10. As regras fiscais brasileiras permitem amortização de ágio em período mínimo de cinco anos, diferente da regras americanas na qual o relatório se baseia.
  11. Ao contrário da afirmação de que a XP não divulgou cerca de R$ 1 milhão, a empresa declara que todas as informações foram informadas no documento relativo ao processo de IPO.
  12. A exclusividade que existe no Brasil é aplicável ao IFA e não está relacionada ao broker. A pessoa mencionada pelo The Winkler Group foi desligada em 2014.
  13. O grupo afirma que a XP não divulgou R$ 100 milhões. A empresa ressalta que todas as informações constam nos documentos e que os dados questionados pelo Winkler estão em outra seção do relatório.
  14. É incorreto afirmar que o CEO, da XP, obteve ganhos por prejudicar clientes. Foram pagos R$ 5 milhões à BSM a título de Termo de Compromisso parcial, sem que houvesse julgamento de mérito ou qualquer tipo de reconhecimento de culpa. O valor foi registrado como despesa.

Guilherme Benchimol se posiciona

O fundador e CEO da XP, Guilherme Benchimol, postou em seu perfil no Instagram um posicionamento sobre o caso. Ele rejeitou as acusações e salientou como o relatório foi realizado por um investidor, e não por uma empresa de análise.

Saiba mais: XP é acusada de fraude por escritório de advocacia dos EUA

Confira a integra:

“Na última sexta-feira (6/3), fomos vítimas da divulgação de um relatório cheio de erros, informações imateriais e/ou irrelevantes publicado por um investidor norte-americano que afirma estar vendido em ações da XP Inc.

Apesar de o relatório não passar credibilidade e ter sido feito por um investidor que não é uma empresa de análise (equity research), por conter afirmações graves, acabou chamando a atenção da imprensa brasileira.

Antes de tudo, importante reforçar que jamais nos envolvemos em qualquer caso de corrupção em nossa história.

É por isso que eu e meus sócios estamos sempre presentes, não escondemos nossas caras e primamos pela transparência e honestidade na forma de fazer negócios.

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Durante o processo recente de IPO, a XP Inc. passou pelo escrutínio de quatro escritórios de advocacia reconhecidos mundialmente e duas das maiores firmas de auditoria do mundo. Além disso, diversos investidores institucionais de classe mundial auditaram a Companhia, inclusive por meio de processo próprio de diligência legal e/ou contábil.

Apesar deste tipo de situação ser normal envolvendo companhias abertas listadas no mercado norte-americano, e assim sendo, a prática seria não respondermos, em respeito aos nossos clientes, parceiros, investidores e colaboradores e buscando sempre dar a maior transparência possível a tudo que fazemos, optamos por rebater ponto a ponto, em um relatório da XP Inc, que está disponível no link abaixo:

https://investors.xpinc.com

Por fim, ratifico ainda mais nosso compromisso de longo prazo, de seguirmos firmes transformando o mercado financeiro para melhorar a vida das pessoas, sempre sem atalhos.

Em caso de dúvidas, nosso departamento de RI está à disposição (IR@xpi.com.br)”, escreveu o fundador da XP.

Carlo Cauti

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