XP Investimentos deixa o IPO para fim do ano ou 2020

A XP investimentos poderia deixar sua abertura de capital para o final do ano o até em 2020. A informação foi divulgada nesta terça-feira (26) pelo “Valor Econômico”.

A abertura de capital da XP Investimentos teria sido postergada pelo sócios da corretora. A principal razão seria o nível de incertezas do mercado, somado ao fato que a empresa não precisa de capital. A ideia de realizar a operação ainda no primeiro semestre de 2019 já foi superada.

Além disso, o conselho de administração da XP teria decidido que a empresa deverá se preparar para realizar a oferta de ações na Nasdaq, em Nova York, e não na B3 em São Paulo. A megaoperação era avaliada em R$ 50 bilhões.

Entre as questões que deverão ser ajustadas, estão os controles internos e no padrão contábil. Exigências para poder estrear no mercado norte-americano. Uma auditoria externa estaria trabalhando para identificar os ajustes necessários.

Entretanto, mesmo se a ideia é deixar a abertura de capital para o final de 2019, caso as condições do mercado não sejam favoráveis a XP poderia abrir seu capital somente em 2020. Ou até me 2021, quando o valor a ser arrecadado poderia aumentar ulteriormente graças aos resultados da corretora.

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Projeto do banco atrasado

Uma outra razão que seria por trás do adiamento da oferta é que o projeto do banco da XP está atrasado. Por isso, a corretora não precisaria de capital novo para poder financiar o banco. O projeto estaria rodando internamente sua versão beta. Ao mesmo tempo, aspectos regulatórios ainda estariam sendo ajustados com o Banco Central (BC).

Além disso, a XP estaria esperando o fim da disputa com o BTG Pactual. As duas empresas se enfrentam no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre o relacionamento com os agentes autônomos de investimento.

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Por isso, segundo alguns executivos da XP,seria melhor adiar a operação para evitar que seja contaminada por esse processo.

Objetivo de entrar no mercado do crédito

Um dos objetivos da XP é lançar no mercado produtos de crédito e conta corrente, aproveitando a carta-patente aprovada pelo Banco Central (BC).

Dessa a forma, a corretora quer disponibilizar o crédito até o meio do ano para seus clientes. A partir do do segundo semestre deveria ser liberada a conta corrente.

O objetivo é oferecer empréstimos com spread bancário máximo de 1% por mês. Com isso, a XP trabalharia abaixo da média do mercado, que atualmente, é de 6%.

 

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XP aumenta o valor mínimo para investimentos

Em fevereiro a XP Investimentos e Rico, que pertencem ao Grupo XP aumentaram o valor mínimo para investir em títulos de bancos, como:

  • CDBs;
  • LCAs;
  • LCIs.

Os valores na XP saltaram de R$ 3 mil para R$ 30 mil. Já na Rico, os valores foram de R$ 1 mil para R$ 20 mil.

Além disso, também foi elevada a aplicação mínima para outros produtos de renda fixa. Atualmente, no caso da XP, os valores mínimos iniciais são de R$ 30 mil para títulos de crédito privado, por exemplo CRAs e CRIs, e de R$ 15 mil para COEs.

Por sua vez, a Rico, cobrará o valor mínimo de R$ 20 mil para títulos de crédito privado e de R$ 20 mil para COEs.

Com a ação, a XP Investimentos vai na contramão das indicações do mercado, onde as empresas passaram a diminuir os valores para fundos de investimentos, como o objetivo de atrair pequeno investidores que mantêm os investimentos na poupança.

Carlo Cauti

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