XP bloqueia acesso da EQI alegando violação de dados de clientes

A XP Investimentos suspendeu na noite da última sexta-feira (24) o acesso dos agentes autônomos da EQI Investimentos ao seu sistema, dez dias após o escritório anunciar sua saída para o rival BTG Digital.

A EQI Investimentos, o terceiro maior escritório de agentes autônomos da XP, pediu as contas para se transformar em uma corretora ela mesma, utilizando a estrutura do banco de André Esteves.

A corretora alegou que a razão para a suspensão dos acessos teria sido uma tentativa de captação indevida dos dados dos clientes atendidos pelo escritório, mas que ficam sob custódia da empresa.

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“A XP informa que bloqueou temporariamente o acesso da EQI após identificar a tentativa de violação ao sigilo de dados dos clientes da XP por meio de um robô (crawler). Após notificação extrajudicial o acesso foi liberado novamente”, comunicou a companhia, em nota oficial divulgada no último sábado.

Dessa forma, a XP sustentou a suspensão argumentando que buscava evitar a cópia indevida dos dados de clientes, protegidos por sigilo bancário, porém sem aviso prévio. O serviço foi suspenso somente para os agentes autônomos da EQI, enquanto os demais escritórios continuaram com acesso normal.

A corretora de Guilherme Benchimol notificou a EQI sobre o ocorrido e restabeleceu o acesso dos 326 agentes autônomos ao sistema no início da tarde de sábado.

BTG abre franco em guerra contra XP

O BTG Pactual (BPAC11) adotou uma estratégia agressiva contra a XP para tentar abocanhar uma fatia do lucrativo mercado da indústria de plataformas de investimento.

O banco comprou 49% de participação na EQI e irá abrigar seus serviços por seis meses em sua plataforma, para que o escritório vire uma corretora independente. Com isso, BTG busca promover maior autonomia aos escritórios e roubar uma parcela da XP no varejo.

Saiba mais: XP perde terceiro maior escritório de agentes autônomos para rival BTG, diz jornal

O banco levantou cerca de R$ 2,65 bilhões em sua oferta subsequente de ações (follow-on), com o objetivo de impulsionar suas iniciativas estratégicas, além de expandir sua plataforma de varejo digital.

Até o momento, 22 escritórios deixaram a XP.

Arthur Guimarães

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