WeWork processa Softbank por retirar oferta de compra de ações

Membros do comitê especial do conselho da WeWork entraram com ação judicial para que o Softbank conclua a oferta de compra de US$ 3 bilhões (cerca de R$ 15,66 bilhões) em ações da empresa.

A entrada com o processo foi feita por Bruce Dunlevie, sócio da empresa de capital de risco Benchmark, e Lew Frankfort, ex-CEO da Coach. Ambos representados no comitê da Wework, que tenta forçar o Softbank a concluir a oferta pública anunciada em outubro, ou ainda compensar os membros financeiramente pela perda.

O comitê especial informou, em comunicado, que o conglomerado japonês “se envolveu em uma campanha intencional para evitar a conclusão da oferta pública”.

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Segundo fonte próxima, o cofundador da WeWork, Adam Neumann, ainda estuda suas opções legais. O ex-CEO da empresa poderia deixar o comitê especial se encarregar do processo ou buscar uma ação legal separadamente, aponta o aponta informações do site Business Insider.

A desistência da oferta pública teria prejudicado investidores e até 2 mil ex-funcionários e atuais. Os empregados representavam cerca de US$ 450 milhões da oferta pública. Além disso, Neumann poderia ter vendido até US$ 970 milhões de sua participação na empresa.

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A decisão do conglomerado japonês também significa que a linha de crédito de US$ 1,1 bilhão não será liberado a Wework. O financiamento da dívida somente estaria disponível na condição do Soft bank concluir o plano de compra de ações.

Justificativas alegadas pela WeWork

O comitê especial informou em nota que a não execução da oferta é uma violação do Softbank às obrigações contratuais e fiduciárias com os acionistas minoritários da empresa.

Além disso, o grupo responsabilizou o conglomerado por continuar a colocar “seus próprios interesses à frente dos interesses dos acionistas minoritários da WeWork”.

Os membros entraram com a ação no estado de Delaware por prerrogativa de quebra de contrato e quebra de dever fiduciário. O comitê especial alega que o investidor tinha ciência das investigações e de um processo a acionistas quando concordou com a oferta pública para outubro.

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A WeWork enfrenta fortes problemas em razão de diversas crises internas que aumentaram suas perdas e a fez desistir de realizar a oferta pública inicial de ações (IPO). A empresa já foi umas mais  bem avaliadas pelo Vision Fund do Softbank, com avaliação em cerca de US$ 47 bilhões.

Antes o do Softbank entrar com o pacote de resgate, a WeWork ficou a poucas semanas de ficar sem dinheiro. A medida ajudou a dar suporte no curto prazo, no entanto os custos operacionais da companhia de coworking continuam altos.

Arthur Guimarães

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