Vale é intimada a fazer depósito judicial de R$ 7,413 bilhões

A Vale foi intimada a realizar um depósito judicial de R$ 7,413 bilhões em razão do cumprimento das ordens de bloqueio de recursos no valor de R$ 10 bilhões.

A informação foi divulgada nesta sexta-feira (08) pela Vale. As ordens partiram de liminares proferidas em requerimentos de tutela antecipada elaborados pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais.

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De acordo com a empresa, não houve aumento dos montantes totais de ordens liminares de bloqueio ou de indisponibilidade de recursos.

B3

Mais cedo, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, anunciou que a empresa não vai mais integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial(ISE). O motivo é o rompimento de sua barragem no Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).

“A decisão do conselho não deve ser tomada como pré-julgamento das responsabilidades da companhia, mas decorre da aplicação do disposto no Regulamento do ISE e na sua metodologia, a qual estabelece que serão excluídos da carteira os ativos que forem de emissão de uma empresa cujo desempenho de sustentabilidade, no entendimento do CISE, tenha sido significativamente alterado em função de algum acontecimento ocorrido durante a vigência da carteira”, informou em nota a B3.

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O índice foi criado em 2005. O objetivo é listar as empresas da B3 que respeitam o meio ambiente e cumprem uma série de requisitos como eficiência econômica, justiça social e governança corporativa

O desastre de Brumadinho

A Barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão estourou no dia 25 de janeiro. A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, é de propriedade da Vale.

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Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 157 pessoas morreram e 182 estão desaparecidas.

O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte.

A barragem rompida faz parte do complexo de Paraopeba. A mina é responsável por 7,3 milhões de toneladas de minério de ferro do terceiro trimestre de 2018. O volume corresponde a 6,2% da produção total da mineradora.

Esse é o segundo desastre com barragem em que a Vale se envolve em três anos. Em 2015 ocorreu a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem da Samarco. Naquele desastre morreram 19 pessoas e a lama destruiu centenas de casas e construções.

A Samarco é controlada pela Vale e pela mineradora anglo-australiana BHP Billiton, cada uma com 50% das ações. As duas empresas se tornaram alvo de ações na Justiça por conta do desastre. As pessoas afetadas ainda esperam por reparação.

A Vale informou em nota o início de uma sindicância interna para apurar as causas do rompimento da barragem. “Os resultados preliminares foram compartilhados hoje com as autoridades federais e estaduais que estão acompanhando o caso”, informou a mineradora no documento.

Renan Dantas

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