Vale e Eletrobras são descartadas de investimentos do fundo soberano da Noruega

O Banco Central da Noruega decidiu descartar os investimentos de seu fundo soberano nas empresas brasileiras: Vale (VALE3) e Eletrobras (ELET6). A decisão foi publicada na última terça-feira (12). Além das brasileiras, outras cinco companhias também foram excluídas dos planos dos noruegueses.

O fundo soberano do Norges Bank (BC da Noruega) possui US$ 9,6 bilhões investidos no Brasil. Do total, US$ 7,6 bilhões são em ações de 136 empresas e US$ 2 bilhões em renda fixa.

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A mineradora Vale pode ter sido excluída, principalmente, por conta dos desastres recentes em Mariana e Brumadinho, ambas regiões localizadas em Minas Gerais.

O fundo soberano do BC norueguês é um dos mais influentes do mundo. O conselho de ética do fundo afirmou que a Vale deveria ser descartada dos investimentos por conta dos “riscos inaceitáveis que ela contribuía”.

O conselho de ética do Norges Bank destacou que as investigações sobre Brumadinho ainda não terminaram e que este acidente, que deixou 259 mortos, têm muitas semelhanças com o desastre de Mariana, que ocorreu em 2015, também em Minas Gerais.

Por outro lado, o BC norueguês afirma que a exclusão da Eletrobras de seus investimentos foi feita por conta da participação da companhia no projeto de Belo Monte. O fundo do BC da Noruega afirma que territórios indígenas foram afetados fortemente pela hidroelétrica. A empresa causou, dessa forma, a desestruturação social de grupos indígenas e forçou o deslocamento de cerca de 20 mil pessoas.

Além da Vale e da Eletrobras, as outras cinco companhias excluídas dos investimentos do fundo soberano do Norges Bank são:

  • Canadian Natural Resources Limited;
  • Cenovus Energy Inc;
  • Suncor Energy Inc;
  • Imperial Oil Limited;
  • ElSewedy Electric Co.

Estas, além do nível de poluição causado por elas e os riscos de contribuição para potenciais danos ambientais [como argumentos utilizados contra a Vale e a Eletrobras], também possuem outras razões para não serem incluídas nos investimentos do fundo soberano do BC norueguês.

Juliano Passaro

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