UE aprova pacote de 750 bilhões de euros em estímulos econômicos

Os líderes da União Europeia (UE) anunciaram, na manhã desta terça-feira (21), um novo pacote de estímulos econômicos ao bloco europeu no combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Após dias de negociações, foi decidida a utilização de 750 bilhões de euros (cerca de R$ 4,57 trilhões) com o objetivo de mitigar a recessão econômica da região.

O acordo, fechado pela UE em Bruxelas, exigiu a aprovação unânime dos Estados membros. A decisão representa uma vitória para Angela Merkel, premiê da Alemanha, que lidera o bloco neste semestre, e do presidente da França, Emmanuel Macron, que havia apresentado um esboço desse pacote em maio.

O entendimento entre os líderes estabelece que serão destinados 390 bilhões de euros em doações para os países do bloco que estão mais fragilizados economicamente, além de 360 bilhões de euros em empréstimos a juros baixos. Essa será a primeira vez que a UE colaborará de forma massiva com o mercado de capitais.

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Como incentivo aos países, um terço do valor total aprovado deve ser destinado ao combate às mudanças climáticas, com base no Acordo de Paris, que prevê a diminuição da emissão de gases de efeito estufa.

Além do pacote de estímulos, os líderes também assinaram o próximo orçamento da UE para os próximos sete anos, na ordem de 1,07 trilhão de euros. Merkel afirmou que o acordo estabelece “as bases financeiras da UE para os próximos sete anos”. “A Europa mostrou que é capaz de abrir novos caminhos em uma situação muito especial como esta”, disse a chanceler.

A reunião dos representantes europeus ocorria desde a última sexta-feira (17), e foi uma das mais longas da história. O resultado demorou a ser alcançado pois alguns dos países — entre eles Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia — não concordavam em permitir que a UE concedesse empréstimos e os considerasse despesas orçamentárias atribuídas aos Estados membros.

“Estou muito aliviada”, disse Merkel após a conclusão das discussões. “Chegamos a uma resposta à maior crise que a UE já enfrentou”. A Europa foi o primeiro local do Ocidente onde a pandemia atuou de forma agressiva, sobretudo inicialmente na Itália e na Espanha.

A Itália, inclusive, deve ser o maior beneficiário do pacote de estímulos. O país deve receber 82 bilhões de euros em doações e aproximadamente 127 bilhões de euros em empréstimos, segundo reportou uma autoridade italiana à “Bloomberg”. A Grécia receberá 19 bilhões de euros em subsídios e 12,5 bilhões de euros na forma de empréstimos, de acordo com o primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.

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“Este acordo envia um sinal concreto de que a Europa é uma força de ação”, disse Charles Michel, presidente do conselho de líderes da UE, em uma entrevista coletiva após o encerramento da reunião. “Acredito que este acordo será visto como um momento crucial na jornada da Europa”.

Jader Lazarini

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