Uber investe em novos negócios que concorrem com seu produto principal

Apesar de ser uma empresa de transporte de passageiros, alguns novos negócios da Uber podem levar seus usuários por caminhos opostos ao de pedir o serviço de carona.

Clientes da Uber que usam scooters (os patinetes motorizados) e bicicletas tendem a contratar 10% menos carros por meio do aplicativo, segundo Rachel Holt, chefe da divisão New Mobility da empresa. Ela foi ouvida pela agência Bloomberg.

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Na região central de Sacramento, na Califórnia, por exemplo, há horários do dia em que há mais gente usando bicicletas elétricas da Uber do que utilizando o serviço de carros. E a empresa continua incentivando essa atividade. Ela disponibilizou novos 100 patinetes elétricos na cidade, na última sexta (8).

Para a Uber, a canibalização do negócio de transporte compartilhado faz parte do seu planejamento. Esse fenômeno ocorre quando uma empresa lança um produto ou serviço que, em vez de disputar espaço com a concorrência, compromete suas próprias vendas.

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Com a proximidade de uma oferta pública de ações (IPO, Initial Public Offering, em inglês) na bolsa e a desaceleração no crescimento do principal negócio da Uber, outros empreendimentos vêm ganhando importância. Além de apostar em negócios de entrega de alimentos e transporte rodoviário, a empresa está dando cada vez mais espaço aos meios de transporte individuais como patinetes e bicicletas, que estão recebendo grandes investimentos.

A multinacional adquiriu a Jump Bikes em abril de 2018 por US$ 200 milhões e considerou também comprar as líderes no mercado de patinetes elétricos Lime e Bird Rides. Enquanto isso, produz cerca de mil bicicletas elétricas da marca Jump por dia – seu próprio produto.

Para 2019, o orçamento para esse tipo de negócio, e outras iniciativas de mobilidade, está calculado em US$ 1 bilhão. O objetivo da Uber, no longo prazo, é permitir aos usuários escolher seu próprio tipo de deslocamento pelo aplicativo.

Guilherme Caetano

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