Uber é incapaz de se recuperar na pandemia e reporta prejuízo

A Uber divulgou nesta quinta-feira (6) seu balanço referente ao segundo trimestre de 2020. Nesse período, a empresa demonstrou sua dificuldade financeira causada pelos impactos da pandemia do coronavírus (covid-19).

No trimestre, as reservas brutas, métrica que indica o número de pedidos realizados pelos usuários do aplicativo, para o serviço de transporte da Uber caíram 75% em relação aos três meses encerrados em 30 de junho de 2019, disse a empresa com sede em San Francisco na quinta-feira. Com todo o segundo trimestre afetado pelo surto da Covid-19, as reservas caíram 72% em relação ao primeiro trimestre, quando a pandemia começou.

O presidente-executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, disse em maio que havia visto os primeiros sinais de recuperação no número de passageiros, já que algumas regiões estavam facilitando as medidas de “lockdown“. Porém a situação mudou com o ressurgimento do número de casos do vírus, limitando novamente o número de passageiros.

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A receita total trimestral caiu 29% para US$ 2,24 bilhões (cerca de R$ 11,95), de US $ 3,17 bilhões no mesmo período do ano anterior. As reservas brutas gerais, incluindo o negócio de entrega de alimentos da Uber e outras operações, caíram 35% ano a ano, para um valor total de US$ 10,22 bilhões. Os resultados estavam amplamente em linha com as expectativas já modestas de Wall Street. Analistas consultados pela FactSet previam uma receita de US$ 2,08 bilhões e reservas brutas com valor total de US$ 10,53 bilhões.

O Uber registrou um prejuízo líquido de US$ 1,8 bilhão, muito menor do que no período do ano passado, quando os custos atrelados à sua Oferta Pública Inicial (IPO) geraram seu maior prejuízo trimestral. Excluindo esses custos não-recorrentes, seu prejuízo ajustado no segundo trimestre antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda Ajustado) aumentou para US$ 837 milhões, em comparação com um prejuízo ajustado de US$ 656 milhões no mesmo período do ano anterior.

Khosrowshahi prometeu que a Uber teria um Ebitda ajustado atrativo antes do final do ano, mas retirou essa previsão em abril, por causa da crise de saúde pública. Na quinta-feira, a empresa reafirmou a esperança de atingir essa marca no próximo ano.

A Uber introduziu uma série de medidas em maio para economizar mais de US$ 1 bilhão em custos fixos, incluindo cortes de empregos. A empresa registrou US$ 382 milhões em custos de reestruturação no segundo trimestre, vinculados aos seus esforços para se tornar mais enxuta.

O segmento de transporte, apesar da queda no número de passageiros, permaneceu lucrativo em uma base ajustada, sinalizando que a decisão da empresa antes da pandemia, de se concentrar no crescimento lucrativo após anos de perdas, está mostrando resultados.

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O setor de entrega de alimentos delivery da Uber tem sido um ponto positivo durante a pandemia, com pessoas presas em casa. As reservas mais que dobraram ano após ano e avançaram 49% no primeiro trimestre. “À medida que algumas pessoas ficam mais tempo em casa, mais pessoas encomendam o Uber Eats“, disse Khosrowshahi.

O segmento Eats perdeu US$ 232 milhões no trimestre em uma base ajustada em um mercado de entrega de alimentos acirrado, onde o lucro tem sido amplamente ilusório. A Uber tentou reduzir essas perdas, e os resultados do segundo trimestre foram o melhor desempenho trimestral para os negócios da Eats.

Daniel Guimarães

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