Trump diz que OMS é marionete chinesa e destaca aportes financeiros

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (8) que a Organização Mundial da Saúde (OMS) se porta como uma marionete da China, e que, além disso, em breve fará um anúncio acerca das contribuições financeiras do país à organização. A declaração foi realizada para o canal “Fox News”.

Em sua entrevista, Trump acusou novamente a organização de favorecer os interesses chineses, embora os norte-americanos sejam os que mais contribuem financeiramente com a entidade. “Nós repassamos US$ 450 milhões, mas a China diz a eles o que fazer. Como isso pode funcionar?”, alegou o presidente.

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Além disso, Trump sugeriu novamente que a pandemia pode ter sido originada em um laboratório chinês, por mais que acredite que isso não tenha sido feito propositalmente. Pequim, por sua vez, nega as acusações estadunidenses e pede provas sobre as alegações, que ainda não foram expostas.

No mês passado, quando os Estados Unidos suspenderam os repasses à OMS e acusaram o vírus de ser ‘chinês’, o mandatário disse que o governo faria uma revisão da gestão do combate ao coronavírus por parte da entidade antes de tomar sua decisão definitiva.

Trump em meio à guerra comercial

Na entrevista, Trump também disse que ainda não está decidido em relação ao acordo da Fase 1 da guerra comercial com a China, anunciado em janeiro deste ano. O presidente, ainda, disse que a relação entre os dois países vive um momento difícil.

“Estou tendo um momento muito difícil com a China”, pontuou Trump, depois acusar o método chinês de combate ao coronavírus.

As declarações do mandatário vieram à tona logo após uma teleconferência entre o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, sobre a fase de implementação do acordo.

O acordo, anunciado no início do ano, consiste na suspensão de aumento de tarifas por parte de Washington, e Pequim intensificaria as compras de produtos norte-americanos em US$ 200 bilhões.

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No entanto, a pandemia paralisou as negociações e levantou dúvidas de que a China conseguiria cumprir o acordo. Na última semana, Mnuchin disse que existiriam “consequências muito importantes” se Pequim não cumprisse sua parte. A guerra comercial já dura cerca de dois anos.

De forma contrária à declaração de Trump, o ministério chinês do comércio disse nesta sexta-feira que os dois países mostraram-se dispostos a “fortalecer a cooperação macroeconômica e na área de saúde pública, com um esforço para criar uma atmosfera e condições favoráveis para a implementação do acordo”.

Jader Lazarini

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