Balanços da semana

Juros dos títulos dos EUA se aproximam do menor nível da história

A taxa de juros dos títulos a 30 anos do Tesouro dos EUA está se aproximando do nível mais baixo da história. Essa redução da rentabilidade é ligada ao complicado clima geopolítico atual. A informação foi divulgada pela “Bloomberg”.

Os títulos dos EUA de longo prazo tiveram seu rendimento em 2,12% caindo 14 pontos-base. O rendimento fechou em baixa recorde de 2,0882% em comparação a julho de 2016.

Por sua vez, a taxa nos papeis com vencimento em 10 anos caiu 12 pontos-base, para 1,63%.

Tensões geopolíticas afetam títulos dos EUA

Entre as tensões geopolíticas que levaram para essa baixa histórica estão os protestos em Hong Kong. As manifestações contra o governo chinês forçaram as autoridades a cancelarem todos os voos desta segunda-feira (12). O governo chinês está em dificuldades em gerir a revolta da população da cidade-estado.

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Por sua vez, a reviravolta política na Argentina aumentou a aversão dos investidores aos riscos. Os ativos argentinos despencaram em consequência da derrota de Maurício Macri nas primárias para a eleição presidencial.

O iene japonês se aproximou da alta em 2019 em relação ao dólar. E a busca por ativos seguros se espalhou no mercado. Tradicionalmente, os títulos do Tesouro dos EUA são considerados os ativos mais seguros.

Possível corte de juros do Fed

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, cortou no final de julho as taxas de juros de 0,25%. Essa redução foi definida pelo presidente da instituição monetária norte-americana, Jerome Powell, como um evento isolado, e não o começo de um corte continuativo.

Entretanto, as previsões dos investidores mostram uma aposta em uma alta flexibilização das taxas de juros por parte do Fed. Os futures dos títulos dos EUA mostram um corte de 66 pontos-base por parte do banco central norte-americano.

A queda nos rendimentos dos títulos dos EUA com vencimento em 30 anos também levou a uma contração dos juros sobre os títulos a 10 anos.  Depois de fechar julho com uma taxa de juros de 2,01%, o rendimento dos papéis caiu quase 40 pontos-base em somente oito dias de negociação. Uma  quase um dobro em outubro.

Rafael Lara

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