Swissport alerta sobre risco de perda de empregos após coronavírus

A empresa suíça de administração de aeroportos, Swissport, alertou nessa segunda-feira (31) sobre o risco que milhares de demissões acabem ocorrendo por causa da pandemia do coronavírus (Covid-19) nas infraestruturas que administra. Segundo a empresa, a indústria de viagens global continua afetada pela pandemia.

O CFO da Swissport, Peter Waller, declarou ao Financial Times que a empresa foi forçada a se reestruturar por causa da crise do coronavírus. Essa operação envolveu uma troca de dívida por patrimônio de 1,9 bilhão de euros (cerca de R$ 12,5 bilhões) e credores assumindo o controle do proprietário chinês HNA.

A indústria aérea e seus serviços associados foram atingidos pela pandemia, com as viagens internacionais de passageiros quase totalmente interrompidas por meses.

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No mês de abril, os volumes da Swissport caíram 90%. Em agosto, o negócio ainda caiu 65%, embora o grupo tenha obtido um pequeno lucro em julho devido ao redução de custos, segundo Weller.

A empresa tinha 65.000 funcionários em todo o mundo e detinha aeroportos em 47 países antes da crise. Entretanto, por causa do coronavírus foi obrigada a reduzir em 15.000 o número de funcionários e ainda demitiu a metade dos trabalhadores no Reino Unido.

Swissport no Brasil

A empresa tem 13 aeroportos no País, sendo eles:

  • Belo Horizonte (CNF / SBCF)
  • Brasília (BSB / SBBR)
  • Fortaleza (Ceara (FOR)
  • Manaus (MAO / SBEG)
  • Porto Alegre (POA / SBCO)
  • Recife (REC / SBRF)
  • Rio de Janeiro: Galeão (GIG / SBGL)
  • Rio de Janeiro : Santos Dumont (SDU / SBRJ)
  • Salvador (SSA / SBSV)
  • São Paulo: Congonhas (CGH / SBSP)
  • São Paulo: Guarulhos (GRU / SBGR)
  • São Paulo: Viracopos Campinas (VCP / SBKP)
  • Vitória (VIX / SBVT)

Preocupação com o nível de empregos

Embora a gestora de aeroportos espere que “uma grande proporção” dos trabalhadores demitidos acabem retornando a empresa após o fim da crise, “teremos que dimensionar corretamente algumas de nossas operações, podemos precisar de menos mão de obra”, disse Waller, “nossa visão é que o mercado não voltará aos níveis de 2019 até 2023, talvez 2024”.

A operação de reestruturação da Swissport anunciada nessa segunda envolverá os principais credores, incluindo SVP Global e Apollo Global Management, que assumirão três quartos da empresa por meio de uma troca de dívida por capital, além de fornecer um empréstimo adicional de 500 milhões de euros.

Um grupo de sete credores deterá 75 % do patrimônio, com outros credores seniores com garantia mantendo o restante.

Os proprietários de suas notas de “pagamento em espécie” – um tipo de dívida em que o mutuário pode pagar juros em notas adicionais em vez de dinheiro – receberão 2,5% da empresa após a transação.

A atual proprietária, HNA, não deterá qualquer participação no negócio, mas uma cláusula permitirá que ela seja compensada por qualquer aumento no valor da empresa após a reestruturação.

Seu empréstimo de 500 milhões de euros será usado em parte para refinanciar um mecanismo de 300 milhões de euros que a empresa contratou para ajudá-la durante a pandemia. Ela também buscará uma linha de crédito de  200 milhões de euros que, se bem-sucedida, envolverá a tomada de um empréstimo menor de seus novos proprietários.

A HNA comprou a Swissport em 2016 por US$ 2,8 bilhões como parte da expansão do grupo chinês para aviação, logística e turismo. Entretanto, grupo vem desfazendo suas operações de compra desde 2018, na tentativa de cortar suas próprias dívidas.

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Rafaela La Regina

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