Suíça aprova fim da dupla tributação de renda com o Brasil

Os parlamentares da Suíça aprovaram nesta terça-feira (6) o fim da dupla tributação (bitributação) de renda com o Brasil. Após anos de negociações entre os dois países, espera-se que a ação estimule mais negócios bilaterais.

Por conta de o Brasil não aplicar imposto sobre a fortuna, o acordo negociado entre com a Suíça apenas cobre o imposto sobre a renda.

Contudo, o governo suíço diz que pode cobrar imposto sobre a fortuna também, segundo seu direito interno.

Para o acordo entrar em vigor, os parlamentares brasileiros devem aprovar o entendimento com os suíços. As informações são do “Valor Econômico”.

Saiba mais – OCDE corta previsão de crescimento do PIB global

O acordo

O acordo introduz limites às competências tributárias dos países, com objetivo de eliminar ou minimizar as possibilidades de bitributação da renda.

O acordo incorpora os padrões mínimos do Projeto sobre a Erosão da Base Tributária e Transferência de Lucros (Projeto BEPS) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), além de outras recomendações relevantes do projeto.

Em suma, os objetivos traçados pelas nações com a convenção são:

  • estimular os fluxos de investimentos produtivos recíprocos entre os países;
  • fortalecer as relações comerciais bilaterais;
  • combater o planejamento tributário e as possibilidades de uso abusivo do tratado.

O fim da dupla tributação poderá alavancar o movimento de internacionalização das empresas brasileiras. Em adendo, também poderá fortalecer os investimentos suíços no Brasil, conforme o “Valor Econômico”.

Saiba mais – Há menos bilionários em 2019 do que em 2018, aponta Forbes

Negociações

As negociações entre os dois países intensificaram-se após o Brasil incluir, em 2010, a Suíça em uma lista nacional de países com baixa imposição. Depois de muitas discussões, o Brasil aceitou retirar a Suíça de tal lista, em 2014.

No mesmo período, eclodiram denúncias contra brasileiros titulares de contas em bancos na Suíça.

Em paralelo à negociação para o fim da dupla tributação sobre a renda, os dois países assinaram, em 2015, um acordo para evitar a elisão fiscal.

Em 2016, um novo acordo foi assinado. Desta vez, o acordo que permitia a troca automática de informações fiscais. Assim, foi liberada a revelação das contas da população brasileira ou suíça, nos respectivos bancos nacionais.

Amanda Gushiken

Compartilhe sua opinião