Standard & Poor’s rebaixa notas de Gol (GOLL4), Latam e Azul (AZUL4)

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s Global rebaixou na última sexta-feira (27) as notas de crédito das companhias aéreas Latam Airlines (NYSE: LTM), Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4). Além disso, as empresas estão agora em observação negativa, por causa dos impactos econômicos do coronavírus (covid-19), que atingiu principalmente as companhias aéreas.

Em seu relatório, a S&P Global, lembrou como a rápida propagação do coronavírus reduziu significativamente a demanda por viagens aéreas globais. E, pior de tudo, isso vai continuar por um período imprevisível.

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Além disso, a maioria dos países da América do Sul já fechou completamente suas fronteiras. E chegaram até a suspender o tráfego aéreo doméstico, além de impor severos confinamentos. Por sua vez, o Brasil fechou a maior parte de suas fronteiras terrestres, mantendo apenas aquela com o Uruguay aberta, assim como manteve ativos aeroportos e portos.

Standard & Poor’s rebaixa a Gol de B para B-

No caso da Gol, o rating de emissor de crédito na escala global foi reduzido pela Standard & Poor’s Global de “B” para “B-”. Por sua vez, a nota em escala nacional foi de “brA” para “BBB-”.

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Além disso, o rating atribuído ao seu “term-loan” que vence em agosto de 2020 ficou estável em “BB”. Isso graças a vinculação com a garantia da Delta Airlines, Inc. (BB/CW Neg/–).

“O rebaixamento indica o cenário severo para os fluxos de caixa da Gol nas próximas semanas, com seu anúncio de redução da capacidade de 90% em seus voos domésticos e de 100% nos voos internacionais até o final de abril, pelo menos, similar a seus pares na região. As métricas da empresa deteriorarão e poderão piorar ainda mais a liquidez dependendo de quanto durar essa redução da capacidade”, salientou a agência de classificação de risco em seu relatório.

Latam vai de BB- para B

No caso da Latam, a Standard & Poor’s mudou o rating de crédito de “BB-” para “B”, com a nota de sua dívida senior unsecured que também foi rebaixado de “B+” para “B-.”

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“Os rebaixamentos refletem nossa expectativa de uma queda drástica nas receitas e nos fluxos de caixa este ano. A empresa já anunciou uma redução de 70% em sua capacidade. Além disso, mais governos impuseram restrições a viagens domésticas, ao mesmo tempo que a demanda por passagens aéreas caiu ainda mais drasticamente. Portanto, neste momento, não descartamos a possibilidade de a empresa anunciar a suspensão completa de suas operações por algumas semanas”, salientou a agência de rating em seu relatório.

Azul cai de B+ para B

Em último, no caso da Azul na escala global foi rebaixado de “B+” para “B”. A nota em escala nacional, segundo a Standard & Poor’s passou de “brAA” para “brA-”.

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“Similar às tendências preocupantes do setor, o rebaixamento reflete o cenário muito mais fraco que o esperado para as próximas semanas, com a capacidade reduzindo-se para 90% na operação doméstica da empresa até o final de abril, pelo menos. Isso prejudicará materialmente as métricas e a posição de liquidez da Azul, embora mantenha uma posição de caixa significativa em relação à dívida financeira de curto prazo”, salientou a agência de classificação de risco.

A manutenção em observação negativa das três companhias aéreas, segundo a Standard & Poor’s, “reflete o efeito potencialmente danoso que uma interrupção prolongada das viagens aéreas poderá ter na posição de liquidez das companhias e em suas métricas de crédito”.

Também incorpora a incerteza sobre quando a demanda por viagens aéreas de passageiros se recuperará e até que ponto. “No cenário atual, esperamos que a queda no Ebitda e nos fluxos de caixa seja ainda maior que a das receitas, já que cerca de 40%-50% dos custos dessas empresas são fixos. Isso piorará as métricas de crédito pelo menos em 2020”, salientou a Standard & Poor’s em seu relatório, “Ainda como reflexo da pandemia, a alavancagem subirá, impulsionada pelo efeito que a depreciação das moedas locais terá sobre as dívidas denominadas em dólar das companhias, incluindo os passivos de aeronaves; em particular, da moeda brasileira, para a qual as empresas estão mais expostas”.

Carlo Cauti

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