SpaceX: como a startup de Elon Musk ganha dinheiro, afinal?

O bem sucedido lançamento da nave Dragon Crew da Space X ao espaço e a chegada a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) fez com que o questionamento acerca da real receita da companhia. Afinal, como a startup de Elon Musk ganha dinheiro?

Fundada em 2002, a Space X é parte principal de um projeto que pretende construir foguetes e torná-los acessíveis às pessoas “comuns” em viagens espaciais e até mesmo possibilitar a colonização de Marte até 2050.

Suno One: o primeiro passo para alcançar a sua independência financeira. Acesse agora, é gratuito!

Em 2018, Elon Musk vendeu a primeira passagem para um voo orbital ao redor da Lua no foguete Big Falcon para o bilionário japonês Yasaku Maezawa, que deve ir ao espaço em 2023, pagando “muito dinheiro”, segundo Musk.

O lançamento do último sábado (30), o primeiro realizado por uma empresa privada com tripulantes, não foi o único. E é exatamente aí que a companhia consegue obter os recursos para financiar uma atividade tão cara. A SpaceX já fez um total de 86 lançamentos, com 51 pousos e 31 foguetes reutilizados.

No total, de acordo com o “The Wall Street Journal”, a receita obtida com tais lançamentos ficou em US$ 1,8 bilhão em 2016 -último ano com dados disponíveis.

Assim, alguns sites americanos de tecnologia estimam que a receita anual da empresa fique em US$ 1,3 bilhão, com um lucro anual de cerca de US$ 200 milhões.

Grande parte do caixa queimado para desenvolver as operações, porém, vem de investimentos da Alphabet, dona do Google, e da investidora Fidelity. O último levantamento mostrava que a companhia tinha uma valuation de US$ 30,5 bilhões.

Space X foca em foguetes reutilizáveis e redução de custo

Segundo a Space X, a maior parte do custo de um lançamento vem da construção do foguete. Por isso, a companhia criou uma forma de reduzir drasticamente os custos e oferecer o serviço a empresas privadas e governos.

“Compare isso a um avião comercial – cada novo avião custa aproximadamente o mesmo que o Falcon 9 [um dos modelos da Space X], mas pode voar várias vezes por dia e realizar dezenas de milhares de voos ao longo de sua vida útil”, diz a companhia, em nota.

Por isso, os modelos da Space X são projetados para serem reutilizáveis, o que pode reduzir o custo de um lançamento em até cem vezes.

Veja também: Conheça a vida de Elon Musk em 20 datas marcantes

“Enquanto a maioria dos foguetes é projetada para queimar na reentrada, os foguetes SpaceX podem não apenas suportar a reentrada, mas também podem pousar com sucesso na Terra e serem lançados novamente”, afirma a startup.

Dessa forma, companhias privadas que precisam colocar equipamentos em órbita compram o serviço da Space X, que, com um custo menor, consegue se mostrar competitiva no mercado.

Apesar de não ser uma companhia de capital aberto, obrigada a divulgar balanços, de acordo com a “Forbes”, em 2018, os serviços de lançamento espacial chegaram próximo a uma receita de US$ 2 bilhões no ano.

Outra possibilidade de ser rentável é, no futuro, a companhia poder comercializar viagens espaciais às pessoas. Mas isso ainda está em um desenvolvimento muito inicial e deve figurar no futuro (próximo?) da Space X como forma de receita.

Parceria com a NASA também garante verba

Os dois astronautas, Robert L. Behnken e Douglas G. Hurley, que partiram à ISS são são funcionários da NASA desde 2000, já tendo ido ao espaço por duas ocasiões em ônibus espaciais.

A parceria da NASA com a companhia privada faz parte de um programa de voo espacial comercial tripulado e que garante cerca de US$ 2,6 bilhões à SpaceX, segundo a “BBC”.

O projeto teve início sob do governo do ex-presidente norte-americano Barack Obama, concedendo o diretos às empresas privadas para fabricar foguetes para transportar astronautas.

Segundo o “Yahoo Finance”, os pagamentos da estatal NASA à Space X serão importantes fontes de receita à companhia, já que os EUA encerram os lançamentos próprios em 2011 e, em 2014, selecionou a Space X e a Boeing para desenvolver formas de levar cargas e pessoas ao espaço.

A NASA calcula que seu contrato com a Space X para seis missões de ida e volta reduz o custo médio por assento para US$ 55 milhões, enquanto que a estatal americana desembolsava cerca de US$ 80 milhões aos russos.

Vinicius Pereira

Compartilhe sua opinião