Sony e Microsoft iniciam mais uma temporada da guerra dos consoles

Com o novo Playstation 5 e Xbox X Series nas posições iniciais de lançamento, uma nova geração de videogame está chegando no mercado. E as maiores produtoras do mundo, Sony e Microsoft, se preparam para mais uma temporada da “guerra dos consoles” no meio da pandemia do novo coronavírus.

A guerra dos consoles é travada há mais de vinte anos entre as maiores produtoras de aparelhos eletrônicos de games do mundo, e ganha um novo capítulo no lançamento de cada nova geração de videogames. A temporada que está chegando ao fim foi conduzida pela Sony, com seu Playstation 4, que vendeu cerca de 112 milhões de unidades em todo o mundo em sete anos de vida.

O Nintendo Switch ocupa a segunda posição, com 65 milhões de máquinas comercializadas em pouco mais de três anos. E o Xbox One da Microsoft está em terceiro lugar, com cerca de 48 milhões de peças vendidas desde 2013.

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Não é possível prever o que acontecerá desta vez, mas é certo que o sucesso ou fracasso de um console de videogame não depende do potencial real de seu hardware, mas das estratégias de marketing aplicadas.

Isso pois se é verdade que os próximos Playstation 5 e Xbox X Series, que chegarão em novembro, no papel representam duas excelências tecnologicamente incríveis. Ambas os consoles estão no mesmo nível em termos de desempenho. Entretanto, a Sony sempre buscou um objetivo mais amplo e transversal em seu marketing, colocando toda a família – e não apenas o jogador – como público-alvo.

Por sua vez, a Microsoft realizou investimentos limitados em marketing e promoção fora dos Estados Unidos, tentando conquistar mais jogadores “raiz”, fãs e público para suas comunidades virtuais.

Não é por acaso que as estratégias da Microsoft tendem a aproximar os usuários de consoles aos computadores. Ao comprar um videogame Xbox, é possível jogá-lo no console e no Windows 10 (e vice-versa).

Diferente é o caso do design dos aparelhos da Sony e da Microsoft. O Playstation 5, branco, possui formas suaves e sinuosas, tanto apreciadas pela elegância quanto criticadas por sua similaridade com outros games. Por outro lado, o Xbox X Series, preto, tem um desenho de um paralelepípedo mais quadrado e racional.

Mas como serão os jogos de próxima geração? O julgamento do público é controverso. Isso pois o conjunto de videogames que acompanhará o lançamento das novas plataformas não parece mostrar aquele salto qualitativo que sempre caracterizou a transição geracional e impulsionou as compras.

Seja o Playstation 5 que o Xbox X Series possuem arquitetura de hardware com um potencial incrível, várias vezes maior que os consoles atuais. Desta vez, não é culpa dos videogames, mas é um problema intrínseco à evolução da tecnologia.

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Se a passagem entre pixels tão grandes quanto cubos e a alta resolução foi enorme, hoje em um design gráfico onde os detalhes já são muitos, a transição entre Full HD e 4K é muito menos perceptível, e apenas um especialista conseguiria perceber melhorias.

Além disso, muitas vezes as sutilezas são reproduzíveis apenas por um aparelho de TV de qualidade e custo bem acima da média.

Mais concorrentes na guerra dos consoles

Por trás dos eternos rivais, entretanto, aparece um terceiro incômodo: Stadia, o primeiro console do Google.

O Stadia, lançado no mercado em novembro de 2019, é uma espécie de experimento. Uma aposta em um futuro provável em que apenas utilizaremos videogames em streaming, recebendo dados e imagens remotamente em casa. Mas hoje, por causa de algumas limitações tecnológicas, o console não se tornou ainda popular. E o Google não representa ainda um perigo para seus concorrentes.

Por sua vez a Nintendo continua seu caminho traçado pelo falecido presidente Satoru Iwata em busca do “oceano azul” (teoria baseada na metáfora japonesa, segundo a qual a pesca por clientes em um oceano livre de qualquer competição é melhor do que em um vermelho, infestado por rivais).

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O console da Nintendo, o Switch, meio portátil e meio fixo, tem três anos de vida e ainda está em excelente estado de saúde. Portanto, mesmo que haja rumores persistentes de um Switch Pro, atualizado e mais poderoso, a Nintendo não o lançará neste 2020, deixando que as concorrentes se enfrentem em mais um capítulo da guerra dos consoles.

Carlo Cauti

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