Smart Fit pode receber aporte de R$ 500 mi de sócios para combater crise

A Smart Fit poderá receber um aporte de R$ 500 milhões para combater a crise da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Os recursos viriam dos seus sócios e a decisão será tomada nesta sexta-feira (26).

O capital levantado seria destinado para o fortalecimento das finanças da companhia. Segundo a “Exame”, o investimento na Smart Fit só não acontecerá caso não haja uma renenegociação sobre as debêntures da quarta emissão da empresa, que somam R$ 1,3 bilhão e veio ao mercado em abril de 2019.

A Smart Fit procura, junto aos credores, a dispensa do cumprimento de limites de alavancagem. Sem o entendimento sobre as debêntures, os sócios podem colocar novos recursos na empresa, ou então recomprar parcialmente a dívida, ou para melhorar o balanço da companhia em meio à pandemia. O investimento poderá voltar aos acionistas em forma de dividendos futuramente.

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Dessa forma, ambas as assembleias, de debenturistas e de acionistas, aconteceram nesta sexta para ser tomada a decisão, pois, segundo a “Exame”, ainda não há uma definição.

A reunião com os credores será decisiva para avaliar se o investimento será realizado pelos sócios ou não. A companhia precisa que donos de 50% dos papéis acenem positivamente para as mudanças nas condições operacionais. No primeiro encontro com os detentores das debêntures, apenas 18% compareceram.

As condições das debêntures em questão estabeleceram que a alavancagem da Smart Fit, expressa pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ultrapasse 3 vezes no acumulado anual, com verificação a cada 12 meses.

Segundo os termos da emissão, no caso de descumprimento dessa norma, a companhia teria de correr para honrar o saldo do total de uma só vez.

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No fim de março deste ano, a empresa detinha R$ 1,35 bilhão em caixa — desses, R$ 209 milhões estavam separados para vencimentos previstos ao longo deste ano, e mais R$ 350 milhões no decorrer do ano que vem. Já a dívida líquida, no mesmo período, estava em R$ 1,4 bilhão, equivalendo a 1,94 vez o Ebitda.

Em função das medidas de isolamento social e fechamento de estabelecimentos que poderiam causar aglomerações, o segmento de atuação da Smart Fit foi um dos mais afetados pela pandemia. No entanto, segundo a “Exame”, há o entendimento que a empresa poderá sair fortalecida da crise. O período pós-pandemia poderá mostrar um setor, que habitualmente é pulverizado, com maiores oportunidades de mercado, em função do maior impacto sobre os menores negócios.

Os acionistas, em sua maioria, já concordaram em realizar o aporte. O investimento daria mais um fôlego à empresa, que recebeu R$ 2,5 bilhões em aportes no ano passado, o que ajudou na expansão de suas atividades — perfazendo uma rede com 850 unidades e 2,8 milhões de clientes. Atualmente, a Smart Fit está avaliada em R$ 8,6 bilhões.

Jader Lazarini

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