Confira as small caps que mais desvalorizaram em abril

Procurando uma recuperação depois de passar por um dos seus piores meses da história, o Ibovespa fechou abril em alta de 10,25%. No entanto, o mercado ainda permanece atento aos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), e as small caps não são exceção à regra.

Os pregões com alta volatilidade são reflexo das tensões econômicas e políticas que cercam a bolsa brasileira. As small caps, nesse momento, podem mostrar-se mais arriscadas para os investidores, uma vez que possuem menor liquidez no mercado.

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O SMAL11, ETF que replica a carteira teórica de small caps do mercado, subiu 14,87% em abril. Utilizando o índice como base, seguindo seus critérios metodológicos, confira quais foram as quatro ações que pior desempenharam desde o primeiro dia do mês, salientando que esta matéria não é uma recomendação de investimento.

Tegma

A Tegma (TGMA3), fundada em 1969, atua na logística de veículos prontos para montadoras e importadoras. Sua atuação envolve a coleta dos veículos na fábrica ou no porto, gestão de pátios das montadoras, armazenamento de veículos não faturados, e o transporte dos veículos até as concessionárias ou os portos.

Segundo o analista Rodrigo Wainberg, da SUNO Research, “a Tegma irá sofrer bastante por conta do fechamento de concessionárias, fábricas parando a produção e com locadoras de veículos com volume reduzido em comparação ao período pré-crise. Dessa forma, a empresa não realizará transportes de carros, pois, além de não ter produção, não terão clientes.”

“Eles estão evitando transportar os veículos mesmo de montadoras que já estão retomando a produção para concessionárias que podem estar com as portas fechadas, pois teriam custos sobre isso, como frete de retorno, estacionamento. A empresa é bastante sensível a esta crise“, afirmou o analista.

Após a realização de sua oferta pública inicial de ações (IPO) na B3, em 2007, iniciou suas operações de logística integrada, atuando em operações logísticas industriais (abastecimento de linha de produção) e armazenamento de bens de consumo.

“Ao contrário de JSL (JSLG3), sua concorrente, não possui receitas tão diversificadas. Por outro lado, a logística integrada está indo bem, estão com aumento de volume em alguns setores, sobretudo os que se mostram resilientes à crise.”

As ações ordinárias da Tegma são negociadas a R$ 18,80 na bolsa brasileira, após uma baixa de 18,26% neste mês. No acumulado do ano, os papéis apresentam uma retração de 47,81%.

Banco Inter

O Banco Inter (BIDI11), criado inicialmente como Intermedium Financeira, existe desde 1994. Foi um dos primeiros bancos a oferecer uma conta digital, em 2015, totalmente isenta de tarifas bancárias, incluindo serviços financeiros.

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O atual formato da companhia existe desde 2017, quando logo após iniciar suas operações de câmbio e utilização da bandeira Mastercard em seus cartões múltiplos. No ano seguinte, realizou seu IPO na B3 e captou R$ 722 milhões no mercado de capitais brasileiro.

“Assim como grande parte dos bancos, o Banco Inter está sendo mal precificado pelo mercado pelo risco de inadimplência, que aumentou drasticamente devido à pandemia, o que afeta muito os bancos pequenos”, disse Wainberg sobre a queda nas ações do banco em abril.

Embora tenham apresentado uma queda de 17,55% neste mês, as ações do Banco Inter já valorizaram cerca de 400% desde sua abertura de capital. Com quase quatro milhões de correntistas, o Inter possui um valor de mercado de R$ 6,63 bilhões.

Valid

A Valid (VLID3) é uma companhia focada em segurança digital e segurança física. A companhia oferece um amplo portfólio de meios de pagamento, telecomunicações, sistemas de identificação, marketing digital e certificação digital em 15 países diferentes.

Em 2011, foi criada a Valid Certificadora Digital, uma companhia exclusivamente dedicada à certificação digital que realiza investimentos na elaboração de uma infraestrutura completa para atender todas as necessidades normativas da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras ICP-Brasil, comerciais e operacionais.

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“A Valid tem 57% da dívida em dólar, o que é preocupante pois o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no quarto trimestre do ano passado oriundo do exterior representa somente 21,6%. É uma companhia que deve sofrer bastante por conta do câmbio”, afirmou Wainberg.

A Valid encerrou o mês de abril com uma queda de 12,98%, sendo negociada a R$ 8,92. Neste ano, os papéis da empresa já performaram 44,52% de forma negativa.

Log-in

A Log-in (LOGN3) atua no setor logístico, com uma rede integrada em portos, transporte porta-a-porta, além de uma malha intermodal que abrange o Brasil e o Mercosul. A empresa é focada em reduzir os custos logísticos de seus clientes, operando desde o planejamento logístico até a efetiva entrega dos produtos designados.

A companhia diz que “utiliza uma extensa e integrada malha de transporte que lhe permite atender às principais regiões do Brasil, que representam 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e o fluxo de comércio entre estas regiões”.

Para Wainberg, “o mercado enxerga que a companhia terá uma queda significativa no volume de transporte de contêineres, devido à paralisação das indústrias e do comércio em todo o País. É natural que haja uma queda nos volumes, impactando, assim, a geração de caixa da companhia e sua receita”, o que se reflete na cotação de suas ações atualmente.

No quarto trimestre de 2019, no período pré-crise, a operadora de cargas por cabotagem registrou um lucro líquido de R$ 13,5 milhões, 11,1% abaixo do apresentado um ano antes. Os papéis da empresa fecharam o pregão da última quinta-feira (30) cotadas a R$ 13,13, resultado de uma queda de 10,13% em abril, sendo a quarta ação dentre as small caps que mais caíram neste mês.

Jader Lazarini

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