Shell indica baixa contábil de US$ 22 bi e prevê queda nos preços

A petroleira Royal Dutch Shell informou nessa terça-feira (30) que fará baixa contábil de até US$ 22 bilhões (cerca de R$ 119 bilhões). A medida é uma resposta à diminuição no preço do petróleo ao redor do mundo após o início da pandemia do coronavírus (covid-19).

O Teste de Impairment da Shell toma em conta a revisão das premissas de preços do petróleo no longo prazo. A medida se assemelha à da petroleira britânica BP que, em junho, atualizou o valor recuperável de seus ativos e anunciou uma baixa contábil entre US$ 13 bilhões e US$ 17,5 bilhões.

Os preços mais baixos do petróleo e gás provocados pela pandemia e a incerteza sobre a transição global para uma energia menos poluente fizeram com que as principais empresas de petróleo questionassem o valor de suas reservas.

Suno One: acesse gratuitamente eBooks, Minicursos, Artigos e Video Aulas sobre investimentos com um único cadastro. Clique para saber mais!

A reavaliação dos valores dos ativos por duas das maiores empresas do setor de energia é mais do que uma resposta à pandemia e seu impacto nos preços do petróleo e gás, disse Luke Parker, vice-presidente de análise corporativa da consultora Wood Mackenzie. As medidas sinalizam que grandes quantidades de petróleo e gás provavelmente não serão extraídas.

“Trata-se de mudanças fundamentais que atingem todo o setor de petróleo e gás”, explicou Parker. “Dessa forma, a Shell está nos dando uma mensagem sobre ativos ociosos, assim como a BP fez algumas semanas atrás.”

Os efeitos do coronavírus na Shell

A receita das empresas de energia estão sob pressão, com os preços do petróleo caindo em um terço desde o início do ano. A redução da Shell ocorre quando o setor corta custos e administra os investimentos diante da crise atual, que reduziu a demanda global por petróleo em quase um terço em abril, segundo estimativas da Agência Internacional de Energia.

Saiba mais: Shell reduzirá o pagamento de dividendos pela primeira vez desde 1940

Além disso, a Shell informou em maio a redução do pagamento dos dividendos trimestrais para preservar seu caixa. A empresa não cortava seus dividendos dede 1940, mesmo quando enfrentou quedas no mercado da commodity em 1980.

Daniel Guimarães

Compartilhe sua opinião