Selic: queda adicional da taxa pode trazer instabilidade, aponta ata do Copom

O Banco Central (BC) afirmou, através da ata do encontro realizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada, que a taxa Selic, que permaneceu inalterada em 2,00% ao ano, já estaria perto do nível no qual reduções adicionais poderiam ser acompanhadas de instabilidade nos preços de ativos. A ata do Copom foi divulgada nesta terça-feira (22).

Os membros do colegiado debateram um possível “limite efetivo mínimo” para a taxa Selic e concluíram que esse limite seria “significativamente maior” em economias emergentes do que em países desenvolvidos, por causa da presença de um prêmio de risco.

“Foi ressaltado que esse prêmio é dinâmico e tende a ser maior no Brasil, dadas a sua relativa fragilidade fiscal e as incertezas quanto à sua trajetória fiscal prospectiva”, afirmou o Copom.

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O BC reiterou nesta ata que não pretende aumentar a taxa básica de juros, a não ser que as expectativas de inflação estejam próximas das metas. “Apesar de uma assimetria em seu balanço de riscos, o Copom não pretende reduzir o grau de estímulo monetário, a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária, que atualmente inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022. Essa intenção é condicional à manutenção do atual regime fiscal e à ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo”, informou a autoridade monetária em sua ata.

Reduções da Selic podem acontecer de forma espaçada

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, apesar de ter destacado que não pretende reduzir e nem aumentar a taxa básica de juros neste momento, deixou a porta aberta para novas reduções na Selic de forma “espaçada no tempo”. De acordo com o BC, o colegiado quer observar os impactos de um nível de juros sem precedentes no sistema financeiro e no mercado de capitais.

“O Comitê concluiu que eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais. Para tal, se necessárias, novas reduções de juros demandariam maior clareza sobre a atividade e inflação prospectivas e poderiam ser temporalmente espaçadas”, destacou a ata desta terça-feira.

O Banco Central também citou o longo histórico de juros muito altos na economia brasileira. A ideia foi alertar que juros muito baixos, em níveis inéditos, também podem comprometer o desempenho de alguns mercados e setores econômicos.

“Ao analisar o sistema financeiro de forma ampla, considerado as suas diversas indústrias, mercados, produtos e serviços financeiros, o Comitê refletiu que um ambiente com juros baixos sem precedentes pode gerar aumento da volatilidade de preços de ativos e afetar, sem o devido tempo necessário de transição para um novo ambiente, o bom funcionamento e a dinâmica do sistema financeiro e do mercado de capitais”, informou o documento do BC sobre a Selic.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Juliano Passaro

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