Livraria Saraiva entra com pedido de recuperação judicial

A Livraria Saraiva fez o pedido de recuperação judicial nesta sexta-feira (23) na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo. Destaque no varejo de livros do país, a companhia possui uma dívida de R$ 674 milhões.

O prejuízo líquido calculado pela Saraiva entre os meses de janeiro a setembro de 2018 é de R$103 milhões. Na comparação com o mesmo período de 2017, cerca de R$50 milhões, o prejuízo dobrou em 2018.

Em comunicado, a Saraiva afirmou que “a recuperação judicial não altera, de forma alguma, o funcionamento da (área de) varejo, que segue, na data de hoje, com 85 lojas físicas em todo o Brasil e com sua operação de comércio eletrônico”.

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As transformações da Saraiva

Em fase de reestruturação, a empresa está desvinculando-se do comércio eletrônico, visto que este setor comercial enfrenta forte concorrência da Via Varejo (dona do Ponto Frio e das Casas Bahia) e da Fast Shop, por exemplo.

Visto que a receita está migrando do ambiente físico para o virtual, a companhia também fechou 19 pontos de venda e demitiu 700 funcionários, recentemente.

A empresa também alega a ascensão de serviços de streaming, a exemplo do Netflix e o Spotify, como propulsores do prejuízo. A Saraiva tinha como segunda maior fonte de receita o comércio de músicas, filmes e afins.

A queda das livrarias

Perto do fim de outubro, a Livraria Cultura pediu a recuperação judicial na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A decisão da companhia comandada pela família Herz ocorreu após o fechamento da cadeia de lojas Fnac, que eram controladas pela Livraria Cultura.

Fundada em 1947, a Livraria Cultura possui 15 lojas físicas em território nacional. Em comunicado ao mercado referente à recuperação judicial, disse que gostaria de concentrar as energias no comércio on-line.

Assim como a sua rival, a Livraria Saraiva terá foco no comércio on-line, bem como em “proteger o caixa, fazendo com que a empresa retome sua estabilidade e, posteriormente, seu crescimento econômico, assim como garantir a preservação da continuidade de sua operação nas lojas físicas e e-commerce”.

A Saraiva, que nasceu da livraria que Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva abriu em 1914 no centro de São Paulo, tornou-se uma companhia aberta em 1972. Uma das líderes do mercado, adquiriu a concorrente Siciliano em 2008.

Amanda Gushiken

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