Renda Brasil: Bolsonaro desiste de plano para substituir Bolsa Família

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta terça-feira (15) que o governo desistiu de criar o Renda Brasil, o programa assistencial que deveria substituir o Bolsa Família. A decisão ocorre após a divulgação de que o novo plano exigiria, para financiamento, o congelamento do aumento de aposentadorias por dois anos.

Bolsonaro rechaçou, nas redes sociais, a ideia de congelar salários de aposentados e pensionistas como forma de financiar o Renda Brasil e disse que que o Brasil deverá manter o Bolsa Família até 2022.

“Até 2022, o meu governo está proibido de falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final”, disse em vídeo.

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“Pode ser que alguém da equipe econômica tenha falado neste assunto. Mas, por parte do governo, jamais vamos congelar salários de aposentados, bem como jamais vamos fazer com que o auxílio para idosos e pobres com deficiência sejam reduzidos por qualquer coisa que seja”, completou o presidente.

O presidente afirmou ainda que daria um “cartão vermelho” a quem apresentar esta proposta. O “Valor Econômico” informou na segunda-feira (14) que o governo Bolsonaro estudava desvincular o reajuste do salário mínimo das aposentadorias como forma de financiar o Renda Brasil.

“Quem, por ventura, vier propor para mim uma medida como essa, eu só posso dar um cartão vermelho para essa pessoa”, afirmou o presidente.

Renda Brasil deveria substituir Bolsa Família

O Renda Brasil era o projeto do governo Bolsonaro para substituir o Bolsa Família no País e deveria unificar cerca de 27 programas sociais, como o seguro-defeso e o próprio Bolsa Família e surfar a onda de aprovação do governo entre as camadas de renda mais baixa da população.

O problema, no entanto, é que o governo Bolsonaro não entrou em consenso para encontrar uma forma de financiar o novo programa. Recentemente, o Ministério da Economia sugeriu acabar com benefícios como abono salarial (14º salário pago a trabalhadores com carteira que ganham até dois salários mínimos) e seguro-defeso (pago a pescadores no período de proibição da atividade).

Com a recusa do presidente para a proposta da pasta liderada por Paulo Guedes, a área econômica focou sua estratégia na criação em si do programa, mesmo que de forma mais tímida no início.

De acordo com “O Estado de S.Paulo”, a ideia era criar a “caixinha” do Renda Brasil e ir, paulatinamente, direcionando os recursos para lá. A avaliação é que, com os resultados do programa, o próprio Congresso teria o desejo de turbinar o auxílio e encampará as revisões de benefícios existentes sugeridas pela equipe econômica.

Com a recusa desta terça-feira, no entanto, Bolsonaro sepultou as chances de criação do Renda Brasil até, ao menos, 2022.

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Vinicius Pereira

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