Carlos Ghosn será denunciado pela Renault por gastos suspeitos

A montadora de carros Renault irá denunciar seu ex-presidente, Carlos Ghosn, por ter identificado gastos suspeitos de 11 milhões de euros. O anúncio foi feito nesta terça-feira (5) pelo ministro da Economia da França, Bruno Le Maire.

O país francês detém parte da montadora, portanto, o ministro disse que “quando o Estado é acionista de referência de uma empresa, como no caso da Renault, na qual temos 15%, seu papel é assegurar que a governança funciona bem”. A declaração do Maire foi feita em uma entrevista “BFMTV” e “RMC”.

De acordo com a administração, algumas despesas não foram especificadas por Ghosn e outras demonstraram superfaturamento, como viagens de avião. Além disso, consta nas despesas doações a organizações sem fins lucrativos.

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Entenda o caso

Carlos Ghosn foi detido em Tóquio no dia 19 de novembro do ano passado. O empresário é acusado de fraude e uso indevido de recursos do grupo Renault-Nissan. No entanto, foi solto sob fiança no dia 5 de março pelo Tribunal do Japão. O valor total determinado pelos juízes japoneses foi de 1 bilhão de ienes, cerca de R$ 33,8 milhões.

Ghosn foi acusado de fraude fiscal e uso de verba da empresa para uso pessoal. O executivo teria omitido em suas declarações de renda às autoridades da Bolsa de Valores nipônica.

Saiba Mais: Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi deve mudar, diz ministro francês

Ademais, entre 2010 e 2015, ele escondeu aproximadamente R$ 167 milhões. Conforme a Renault, Ghosn é suspeito de ter cometido o mesmo ato de esconder, entre 2015 e 2018, somatizando 4 bilhões de ienes. Além disso, foi acusado de usar de forma ilícita as residências luxuosas espalhadas por vários países do mundo pagas pela empresa.

Carlos Ghosn

Carlos Ghosn é um empresário brasileiro que comandava a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi. O seu cargo era de presidente do conselho e presidente do executivo. Sua carreira nas montadoras foi iniciada em 1996.

Poliana Santos

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