Reforma tributária deve aliviar área fiscal de empresas, diz Bradesco

O presidente do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari, presente no Fórum Econômico Mundial, em Davos, afirmou a jornalistas que, à luz da reforma da previdência, a reforma tributária precisa “tentar aglutinar os principais impostos do Brasil”. O SUNO Notícias está cobrindo o evento diretamente da Suíça.

Segundo o CEO da instituição financeira, a reforma tributária virá para deixar “mais leve essa estrutura que as empresas precisam ter pra poder administrar ou controlar os impostos que elas pagam”.

Em um almoço privado organizado pelo Itaú Unibanco (ITUB4), Lazari disse que, além da tributária, “Paulo Guedes (ministro da Economia) está convicto de que iremos passar a reforma administrativa, mas com uma preocupação muito importante: o ótimo é inimigo do bom”.

Confira: Davos: acordo de compras governamentais ataca corrupção, diz Guedes

Segundo ele, a reforma tributária “perfeita” no Brasil é “impossível dada a profundidade e a diversidade do País”. “O Brasil tem dimensões continentais, com os mais variados problemas. Então se tentarmos simplificar isso de uma maneira igual para o País inteiro, não será possível. Sendo assim, essa simplificação fiscal talvez seja o primeiro passo importante”, disse.

O presidente do Bradesco afirma que é possível tornar o recolhimento de impostos muito menos burocrático, com uma estrutura mais eficiente. “Nós não podemos diminuir o volume de arrecadação, mas nós temos um problema fiscal que será resolvido dentro dos próximos cinco ou 10 anos”, salienta.

Reforma tributária é o começo

Lazari comentou que Guedes “estava muito correto e convicto do que estava falando [no almoço]. Do jeito que pegou o governo, o que foi implementado em um ano, o que a gente achava, na época, era inimaginável. Eu tenho 41 anos de mercado e há 30 anos eu ouço dizer em reforma da previdência”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-3.png

“Quer queira, quer não, talvez algumas classes não tenho sido beneficiadas, mas no fim das contas para o País isso vai ser bom e para a economia é importante”, disse Lazari acerca das alterações previdenciárias.

Quanto à abertura comercial do Brasil, que traria competição para os bancos, o executivo diz ser “sadia”. No entanto, salienta que, por natureza do negócio, o setor financeiro, entre outros, possuí alto investimento, o que afasta a entrada de novos players.

“O fato é que em setores de alto investimento, como o bancário, petróleo e energia existem poucas empresas mesmo, isso é natural, faz parte do jogo”, disse.

Saiba mais: FMI estima PIB brasileiro com alta maior em nova projeção

No entanto, Lazari comenta que, nos Estados Unidos, existem cerca de 1.400 bancos, mas quando você citar o nome de todos, “irá lembrar de 10 bancos”.

Seguindo a tendência da reforma tributária, o CEO disse que “tanto o governo como o Roberto Campos Neto no Banco Central (BC) vem fazendo um trabalho importante para inserir novos atores neste mercado”. “O que importa é que o povo brasileiro seja atendido. Se aparecer alguém que faça melhor que nós, precisaremos correr atrás”. O SUNO Notícias está trazendo as informações do Fórum Econômico Mundial diretamente de Davos.

Jader Lazarini

Compartilhe sua opinião