Produção industrial despenca 9% em março devido ao coronavírus, diz IBGE

A produção industrial caiu 9,1% em março, em comparação com fevereiro, trata-se do pior resultado para o mês desde 2002. Em relação ao mesmo período no ano de 2019, a queda foi de 3,8%. Os dados foram apurados e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (5).

No ano, a produção industrial acumulou queda de 1,7% , em relação aos 12 meses a atividade industrial também acumulou um recuo de 1%. De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, o resultado foi impactado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19) e o isolamento social exigido para combater o vírus.

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“Esse impacto da pandemia fica evidenciado quando se compara com o mês de fevereiro, já que a taxa é fortemente negativa e representa a queda mais intensa desde maio de 2018, quando houve a greve dos caminhoneiros. E não apenas pela magnitude da taxa, mas também pelo alargamento por diversas atividades, incluindo todas as quatro categorias econômicas e 23 das 26 atividades pesquisadas”, analisa Macedo.

Atividade da produção industrial de março

No recuo de 9,1% da atividade industrial na passagem de fevereiro para março de 2020, 23 dos 26 ramos pesquisados apresentaram queda na produção.

Entre as atividades, a influência negativa mais relevante foi em veículos automotores, reboques e carrocerias (-28,0%) pressionada pelas paralisações de produção em várias unidades produtivas, devido aos efeitos causados pela pandemia.

Outras contribuições negativas:

  • artigos do vestuário e acessórios (-37,8%)
  • bebidas (-19,4%)
  • couro e calçados (-31,5%)
  • produtos de borracha e de material de plástico (-12,5%)
  • máquinas e equipamentos (-9,1%)
  • produtos minerais não metálicos (-11,9%)
  • produtos têxteis (-20,0%)
  • móveis (-27,2%)
  • produtos químicos (-4,7%)
  • produtos famoquímicos e farmacêuticos (-10,9%)
  • máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,6%)
  • produtos de metal (-7,5%)
  • produtos de madeira (-16,1%)
  • metalurgia (-3,4%)
  • indústrias extrativas (-1,6%)
  • equipamento de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-7,2%)

Por outro ladro, houve ramos que apresentaram desempenho positivo no período:

  • impressão e reprodução de gravações (8,4%)
  • perfumaria, sabões, produtos de limpeza e higiene pessoal (0,7%)
  • manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (0,3%)

“Há até atividades com comportamento positivo, como perfumaria, produtos de limpeza e higiene pessoal, que vão nessa esteira das necessidades básicas das famílias. Mas o que se verifica no conjunto da produção industrial é um comportamento negativo relevante e, mais do que isso, uma disseminação de resultados negativos por várias atividades”, afirmou Macedo.

Poliana Santos

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