Presidente da Azul (AZUL4) considera que empréstimo do BNDES é dívida cara

O presidente da Azul (AZUL4), John Rodgerson, declarou nesta quinta-feira (13) que considera o empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) caro. Entretanto, o executivo não descarta a possibilidade de tomar empréstimo com o banco estatal.

Em uma uma entrevista à imprensa, o presidente da Azul indicou: “Falam em socorro financeiro. Não é socorro, é uma dívida cara, que vai devolvida à União com juros e participação na nossa empresa”.

Rodgerson também avaliou a diferença entre a proposta realizada pelo BNDES no início da pandemia do coronavírus (covid-19), e a que as empresas recebem atualmente. Em março a instituição indicava que o valor de financiamento para o setor era R$ 10 bilhões, sendo R$ 3 bilhões para cada companhia aérea. Agora, o valor proposto seria de R$ 1,2 bilhão para cada empresa que não está em recuperação judicial.

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“O nível caiu muito e também o preço aumentou. Isso quer dizer que a União não tem dinheiro, porque é um bom investimento para o país”, disse o executivo.

Além disso, Rodgerson explicou que existem duas razões para a demora da formalização de uma proposta de financiamento público ao setor:

  • A crise fiscal do Brasil, causada pelos efeitos econômicos da pandemia;
  • A complexidade do modelo apresentado ao BNDES;

No entanto, o diretor financeiro da Azul, Alex Malfitano, não descarta a oferta do banco estatal. “Essa crise mostrou que a gente não consegue prever o futuro. Se eu preciso de capital e esse for o melhor capital que consigo acessar, é importante ter essa opção”.

Azul registra prejuízo de R$ 3,1 bilhões no 2T20

A Azul registrou um prejuízo líquido de R$ 3.140 bilhões no segundo trimestre deste ano. No ano passado, no mesmo período, a companhia aérea teve lucro de R$ 343,2 milhões. As informações foram divulgadas pela empresa nesta quinta-feira (13).

O prejuízo operacional da Azul no período foi de R$ 820 milhões, excluindo eventos não-recorrentes. Já o prejuízo líquido excluindo variação cambial e marcação a mercado foi de R$1,5 bilhão, ou R$ 4,28 por ação preferencial (PN) e R$2,38 por ADR. A receita líquida da companhia ficou em R$ 401,6 milhões no trimestre encerrado em junho, uma queda de 84,7%.

A dívida bruta ficou em R$ 18,859 bilhões. O montante representa uma alta de 55,8% frente ao segundo trimestre do ano passado. “Desde o fechamento do trimestre, a Azul firmou acordos comerciais com seus parceiros financeiros e está confiante de que poderá rolar todos os pagamentos de dívida em 2020 e 2021 à medida que se aproxima dos seus vencimentos”, informou a companhia em seu balanço.

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Daniel Guimarães

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