Em cada dez brasileiros, sete não conseguiram poupar dinheiro em agosto, diz pesquisa

Em cada dez brasileiros, sete não conseguiram poupar dinheiro no mês de agosto. De acordo com a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CDNL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédtio (SPC Brasil), 67% dos consumidores brasileiros não conseguiram guardar nenhuma parte de seus rendimentos no último mês.

Segundo as instituições, o desemprego elevado e o poder de compra comprometido, faz com que o brasileiro guarde dinheiro. Apenas 22% dos entrevistados foram capazes de poupar ao menos uma parte do salário, sendo que cada poupador guardou em média, R$ 546,61.

Os brasileiros que não pouparam nada, cerca de 40% dos entrevistados, justificaram que possuem uma renda muito baixa, o que inviabiliza ter recursos no fim do mês.

  • outros 18% justificam que foram surpreendidos por algum imprevisto financeiro
  • 15% fizeram gastos extras atípicos com reformas, tratamentos médicos e compras
  • 13% reconhecem ter perdido controle sobre os próprios gastos.

Poupar não está ligado a classe econômica

Além disso, a pesquisa revela que o ato de não poupar não está ligado somente aos que possuem uma renda menor, mas também, aos que possuem renda maior.

Porcentagem das pessoas que não pouparam de acordo com as classes:

  • C, D, e E: 71%
  • A e B: 54%.

“A crise econômica tem seu papel no resultado da baixa poupança. Com desemprego presente em muitos lares, o orçamento familiar tornou-se mais apertado e, em alguns casos, insuficiente até para honrar compromissos já assumidos”, disse a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

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A economista reitera que parte dos não-poupadores também são consumidores que não se importam com o planejamento financeiro.

“Não se pode ignorar que muitos consumidores não dão a devida importância para a formação de uma reserva financeira. O consumidor deve ter em mente que um orçamento controlado pode fazer toda a diferença. O ideal não é poupar somente o que sobra no fim do mês, mas sempre reservar uma quantia fixa, encarando o valor destinado para a reserva como mais um compromisso mensal”, afirmou Kawauti.

Mais da metade dos poupadores guardam para imprevistos

De acordo com a pesquisa, a maior parte dos poupadores, 61%, buscam se proteger contra imprevisto como doenças, mortes de entes ou mesmo o desemprego.

  • outros 42% poupam pensando em garantir um futuro melhor para a família,
  • 16% tem o objetivo de comprar a casa própria.
  • apenas 16% dos entrevistados tem foco na aposentadoria.

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“A preparação individual para a aposentadoria ganha ainda mais força neste momento em que se discute a reforma da previdência. Um futuro tranquilo nas finanças depende de um esforço feito no presente. Muitos acham que não vale a pena, pois sobra pouco dinheiro”, disse o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

Poupança lidera ranking de aplicação

O levantamento revela que o principal destino do dinheiro poupado pelos brasileiros continua sendo a caderneta de poupança. Dos entrevistados, 66% guardam na caderneta, 33% pela facilidade de resgate e 21% acreditam não ter dinheiro suficiente para diversificar aplicações.

  • 21% dos entrevistados deixam a quantia parada na conta corrente;
  • 18% guardam dinheiro em casa;
  • 11% aplicam no Tesouro Direto;
  • 9% aplicam em CDBs.

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“A preferência majoritária pela poupança, que tem baixo rendimento, ou por poupar dinheiro na própria casa, por exemplo, demonstra que mesmo entre aqueles que guardam dinheiro, há falta de conhecimento e interesse em buscar aplicações mais rentáveis e adequadas para cada tipo de objetivo financeiro”, explicou a economista Marcela Kawauti.

Poliana Santos

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