Poupança registra menor captação de recursos desde 2016

O Banco Central (BC) divulgou, nesta terça-feira (7), o relatório da poupança de 2019. Segundo o documento, os depósitos na poupança foram maiores do que os saques em R$ 13,237 bilhões no ano passado. O montante representa o menor ingresso de recursos desde 2016, quando foi registrado saque líquido de R$ 40,701 bilhões.

Entre janeiro e dezembro de 2019, os depósitos na poupança atingiram R$ 2,475 trilhões. No mesmo período, os saques somaram R$ 2,461 trilhões. A queda nos depósitos quando comparada aos anos anteriores pode ser explicada pelo corte na taxa básica de juros (Selic) que reduz os rendimentos em renda fixa.

Em comparação ao ano passado, a captação líquida registrou queda de 65,2%. Em 2018, o número de recursos aplicados superou os saques em R$ 38,260 bilhões.

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Com as aplicações realizadas no ano passado, o volume total aplicado na poupança saltou para R$ 845,464 bilhões no final de 2019. No fim de 2018, o montante era de R$ 797,821 bilhões.

Poupança em dezembro

Em dezembro de 2019, os depósitos na poupança ultrapassaram os saques em R$ 17,211 bilhões. O resultado foi superior ao registrado no mesmo  período de 2018, quando a captação líquida foi de R$ 17,126 bilhões.

Já em dezembro de 2017, os recursos depositados foram maiores do que o montante retirado em R$ 19,37 bilhões.

Reflexos do corte da taxa Selic

No dia 11 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a taxa básica de juros do Brasil para uma nova mínima histórica. Anteriormente, a taxa era de 5% ao ano, porém, com o novo corte, caiu para 4,5%.

Saiba mais: Banco Central corta Selic em 0,50%; taxa vai para 4,50% ao ano

A queda da Selic faz com que a poupança tenha rendimento menor. Além disso, outros títulos em renda fixa, como Certificado de Depósito Bancário (CDB)Tesouro Direto também operam com rendimentos menores.

Atualmente, com a nova redução dos juros, o rendimento da poupança é de 3,15% ao ano, somado a Taxa Referencial (TR), que está zerada. Dessa forma, muitos investidores acabam migrando para aplicações em renda variável, que não são relacionadas à Selic.

Giovanna Oliveira

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