Portugal busca acordo para obter controle da TAP, segundo fontes

O governo português e acionistas privados da Transportes Aéreos Portugueses (TAP) estão conversando sobre um possível acordo para que Portugal tenha uma participação controladora na companhia, segundo informaram duas fontes com conhecimento no assunto. Caso o acordo seja fechado, isso evitaria que a aérea fosse estatizada em grande escala. A informação foi divulgada nessa quinta-feira (2) pela ‘Reuters’.

Segundo uma das fontes, as negociações já chegaram a um acordo introdutório. Nesse, os empresário David Neeleman abriria mão de sua posição de acionista da TAP, enquanto o empresário Humberto Pedrosa continuaria como acionista.

Entretanto, outra fonte indicou que esse acordo estava quase fechado e que só faltava acertar alguns detalhes sobre as porcentagens de participação.

Ambos os empresários são societários do consórcio Atlantic Gateway, que possui 45% da Transportes Aéreos Portugueses. Já o governo português possui 50% de participação na companhia.

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Além disso, os empresários não aceitaram a oferta do governo de Portugal de fornecer um crédito de resgate de 1,2 bilhão de euros à companhia. Caso o empréstimo fosse aceito, o governo teria uma maior participação na aérea. A Comissão Europeia aprovou o resgate da companhia no início de julho.

A Comissão Europeia é a instituição da União Europeia que regula a concorrência na região, e começou, em março desse ano a abrandar as normas para que Estados ajudem companhias que sofreram com os impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Além disso, uma das fontes afirmou que  o governo de Portugal convenceu a Azul (AZUL4) a abdicar de seu direito de converter um empréstimo de 90 milhões de euros em ações da TAP, feito em 2016. A Azul foi fundada por Neeleman, que hoje ainda a controla parcialmente.

Resultados da TAP em 2019

A TAP anotou um prejuízo de 105,6 milhões de euros em 2019. Frente ao resultado a companhia destacou: “ano de maior investimento da história da companhia privilegia visão de longo prazo, impactando o resultado líquido do ano”.

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Contudo, o resultado ainda é melhor que em 2018, quando a TAP registrou um prejuízo de 118 milhões de euros.

Laura Moutinho

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