PIB poderá ter avanço zerado nesta década, diz FGV

Com base nas últimas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil neste ano, o crescimento médio anual para a segunda década deste século pode ficar em zero. A previsão é do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Essa expectativa leva em consideração um tombo de 5,4% no PIB brasileiro em 2020, conforme divulgado pelo Ibre/FGV na última semana. Caso tal previsão se confirme, essa será a maior retração da economia do País em apenas um ano em toda a história.

A série histórica mais antiga do País, que registra o avanço da economia ano após ano, é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), iniciada em 1901. A queda mais acentuada até então foi registrada em 1990, com uma retração de 4,35%.

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Caso a recessão causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) confirme o pior ano econômico da história do País, o desempenho do Brasil na segunda década do século 21 já seria um recorde negativa, segundo a FGV. Ainda com a projeção do início do ano, que era de um avanço de 2% do PIB, os anos 2010 apresentariam um avanço médio anual de apenas 0,80%.

De acordo com Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV e coautora do estudo com o economista Paulo Peruchetti, esta década se encerrar com mais uma recessão faz com que o desempenho da próxima década, iniciada em 2021, também possa ser compremetido.

“Essa pandemia vem, num certo sentido, não só para tornar a década ainda pior, mas para dificultar a visão de futuro”, afirmou Silvia.

Mansueto prevê queda de mais de 5% do PIB

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou, na última terça-feira (12), que o PIB poderá cair mais de 5% neste ano. A declaração foi realizada durante uma live da Câmra de Comércio França-Brasil.

A projeção do PIB para 2020, segunda a estimativa do Ministério da Economia divulgada na última semana, é de uma retração de 4,7%. Já o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) na última segunda-feira (18), demonstra que o mercado espera uma queda de 5,12% na economia brasileira.

Além disso, Mansueto afirmou que, mesmo com o PIB em queda, o mercado externo para um país como o Brasil está aberto. No entanto, mesmo assim, o País terá o desfio de se integrar às cadeias produtivas globais, uma vez que que o mundo deverá ser mais protecionista agora, segundo ele.

Jader Lazarini

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