PIB: Ministério da Economia mantém projeção e prevê queda de 4,5% em 2020

O Ministério da Economia anunciou, nesta quarta-feira (15), que manteve sua projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 4,5%. A estimativa, publicada no Boletim Macrofiscal, foi elaborada pela Secretaria de Política Econômica (SPE).

A projeção do Ministério da Economia para a queda da economia neste ano é a mesma da divulgada em maio. A pasta liderada pelo ministro Paulo Guedes espera uma baixa de 9,3% no PIB do segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. Em comparação ao primeiro trimestre deste ano, quando os efeitos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) ainda não haviam sido observados em sua totalidade, o ministério prevê a queda de 7,5% (com ajuste sazonal).

De acordo com o Boletim divulgado, que leva em consideração dados até o dia 7 de julho, foram incluídas à estimativa novas informações em comparação ao documento apresentado há dois meses, salientando a extensão da quarentena para o mês de junho, assim como a divulgação dos indicadores de atividade.

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“É importante salientar que o cenário atual de pandemia e isolamento social geraram uma maior incerteza quanto à atividade econômica impondo, inclusive, restrições ao uso de metodologias preditivas baseadas puramente na extração de padrões históricos”, diz o Boletim.

A projeção do Ministério da Economia prevê uma baixa da economia brasileira em menor grau em relação a outros agentes do mercado. Os especialistas de instituições financeiras ouvidas pelo Boletim Focus, conforme a divulgação do Banco Central (BC) na última segunda-feira (13), esperam uma retração de 6,1% no PIB deste ano.

O Bradesco (BBDC4) recentemente atualizou a sua estimativa e passou a prever uma queda de 5,9%, enquanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que o recuo da economia do País pode ser de até 9%.

PIB por categorias da economia

Segundo a pasta econômica, o setor agropecuário deverá crescer 3,8% no segundo trimestre em comparação ao mesmo período de 2019. A estimativa representa uma aceleração da atividade do setor que já havia apresentado um avanço de 1,9% durante os três primeiros meses deste ano.

A indústria, por sua vez, deve tombar 14,5% no período de abril a junho deste ano, na relação anualizada. De acordo com o Boletim, o resultado representa uma baixa da atividade industrial, que já havia recuado levemente 0,1% no primeiro trimestre.

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Já no setor de serviços, categoria que possui o maior peso no PIB, com 63% (com base no resultado de 2019), deverá cair 8,4% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado, após recuar 0,5% de janeiro a março deste ano. Caso a estimativa se confirme, esse será o pior resultado do setor na série histórica, iniciada em 1996.

Jader Lazarini

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