Balanços da semana

Petróleo: preços recuam devido a menor demanda por gasolina nos EUA

As cotações do petróleo caíram mais de 2%, nessa quarta-feira (2), após a diminuição da demanda por gasolina nos Estados Unidos. Na semana passada o mercado da commodity também sofreu consequências em função da passagem do furacão Laura, fazendo com que a demanda por gasolina caísse para 8,78 milhões de barris por dia.

O preço do barril de petróleo nos EUA está a US$ 41,51, tendo registrado uma queda de US$ 1,25, representando declínio de 2,9%. O barril do petróleo Brent, fechou a US$ 44,43, com uma contração no preço de US$ 1,15.

Segundo os dados semanais divulgados pelo governo norte-americano, os estoques de petróleo bruto caíram de 9,4 milhões de barris na semana passada para 498,4 milhões de barris, representando uma queda muito maior do que as expectativas feitas por analistas que apontavam para uma redução de 1,9 milhão de barris .

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O relatório divulgado representa o período em que o furacão Laura bloqueou a produção e as instalações de refino, tendo os valores reduzidos para 8,78 milhões de barris por dia.

Após a divulgação dos dados semanais, os preços dos futuros do petróleo ficaram negativos.

A mudança duradoura na demanda global pelo petróleo

Depois de se recuperar de uma queda histórica no primeiro semestre de 2020, o petróleo está novamente sob pressão do mercado, já que a oferta voltou a aumentar e a demanda caiu bruscamente.

Na dia 21 de agosto desse ano, o West Texas Intermediate, o principal medidor de petróleo dos EUA, caiu 1,22%, para US$ 44,35 (equivalente a R$ 249,52) por barril, depois que um grupo de grandes produtores de petróleo disse que a recuperação da demanda, após o choque da pandemia do coronavírus (Covid-19), está sendo surpreendentemente lenta. Os pedidos de seguro-desemprego nos EUA aumentaram inesperadamente na semana passada, um indicador pessimista para o consumo de combustível, já que significa que milhões de estadunidenses continuam sem trabalho.

A desaceleração do consumo de petróleo na China e o ressurgimento de casos de coronavírus na Europa estão minando a recuperação da demanda da commodity. Para aumentar a pressão, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) diminuíram os cortes recordes na produção que impuseram no início do ano para provocar uma alta nos preços.

Saiba Mais: Opep diminui previsão de demanda por petróleo em 2020, devido à pandemia

A OPEP e seus aliados destacaram a fragilidade do mercado de petróleo na última quarta-feira (19), ao dizer que a pandemia representa uma ameaça contínua para o setor. O cartel disse que os enormes volumes de petróleo armazenados em terra e no mar no início deste ano começaram a diminuir, mas acrescentou que “o ritmo de recuperação parecia ser mais lento do que o previsto”.

Muitas petroleiras preferem deixar o petróleo no solo

À medida que o coronavírus destrói as economias e prejudica a demanda, as grandes petrolíferas europeias têm feito alguns anúncios desconfortáveis ​​nos últimos meses: petróleo e gás no valor de bilhões de dólares possivelmente nunca serão extraídos do solo.

Com a crise também acelerando uma mudança global para uma energia mais limpa, especialistas acreditam que os combustíveis fósseis se tornarão mais baratos do que o esperado nas próximas décadas, enquanto a multa paga aos governos pelo carbono que emitem ficará mais cara. Essas duas suposições simples significam que explorar alguns campos não faz mais sentido econômico.

Saiba Mais: A mudança duradoura na demanda global pelo petróleo

A indústria do petróleo já estava lutando com a transição para a energia renovável, a abundante oferta de combustível e sinais de pico na demanda antes mesmo da disseminação do vírus. Consequentemente, a pandemia provavelmente desencorajará a exploração da commodity, de acordo com especialistas da Rystad Energy AS. Os consultores de investimento disseram ao jornal Bloomberg que esperam que cerca de 10% dos recursos recuperáveis ​​de petróleo no mundo, cerca de 125 bilhões de barris, se tornem obsoletos.

A pressão para reduzir as emissões de carbono também pode levar as empresas a deixar as reservas de poluentes provenientes do petróleo no solo.

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Rafaela La Regina

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