Petrobras direciona investimentos em fontes renováveis à área de pesquisa

A Petrobras planeja investir em fontes de energia renováveis somente na área de pesquisa. Focada em diminuir sua alavancagem financeira, a estatal não estima investimentos em projetos de fontes limpas no segmento comercial.

O plano da Petrobras vai em desencontro com outras empresas da mesma área no âmbito internacional. As companhias europeias procuram diversificar seu portfólio, buscando uma matriz limpa, diminuindo a propagação do carbono.

A empresa considera que investir em renováveis atualmente gera benefícios de marketing, entretanto, ainda sem retorno financeiro.

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“Estamos investindo em pesquisa apenas. Não vamos investir em operações que requerem competências diferentes do negócio de petróleo e gás. Primeiro, se formos entrar nesse jogo, nós temos que entrar para ganhar. E não entrar açodadamente só porque os outros estão fazendo. É proibido perder dinheiro” disse Castello Branco em agosto, na entrevista coletiva de apresentação do resultado trimestral da Petrobras.

Estratégia da Petrobras diverge de concorrentes

Em determinado ponto, o executivo tem razão: a participação das renováveis ainda é pequeno no faturamento das petroleiras ao redor do mundo. O avanço relativamente “tímido” dos maiores players do segmento para uma indústria mais renovável já está sendo impactado pelo mercado.

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O valor total da alienação de € 86 milhões é devido aos negócios de longo prazo das companhias em que tem a participação serem incompatíveis com o Acordo de Paris.

Entretanto, a estratégia da Petrobras é divergente da postura de suas concorrentes. A Total, companhia francesa, por exemplo, está fortemente posicionada em energia solar, tendo participação em fabricantes de painéis fotovoltaicos e possuindo ativos de geração de energias renováveis por meio das suas subsidiárias.

Já a francesa Equinor inaugurou, no fim do ano passado, o seu primeiro projeto de geração solar, em Quixeré, no Ceará, com capacidade de 162 megawatts (MW).

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Ao “Valor Econômico”, a direção da petroleira brasileira disse que, desde 2006, investiu mais de US$ 115 milhões em programas tecnológicos objetivando melhor eficiência na gestão de gás carbônico.

A Petrobras também diz ter se precavido da emissão de mais de 120 milhões de toneladas de CO2, no período de 2009 a 2018. O montante equivale a dois anos de emissões totais da companhia em suas operações comuns.

Jader Lazarini

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