Petrobras assina 3 contratos de venda de ativos totalizando US$ 10,3 bi

A Petrobras anunciou que assinou 3 contratos de venda de ativos, totalizando US$ 10,3 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões). Os contratos foram assinados nesta quinta-feira (25) e incluem campos de petróleo e transportadoras de combustíveis.

Entre os contratos assinados pela Petrobras estão:

  • a alienação de 90% da participação na Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG). O grupo formado pela Engie e pelo fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) comprou as ações da Petrobras.
  • a cessão de 50% dos direitos de exploração e produção do campo de Tartaruga Verde (concessão BM-C-36) e do Módulo III do campo de Espadarte. Quem comprou esses ativos foi a Petronas Petroleo Brasil Ltda. (“PPBL”), subsidiária da Petroliam Nacional Berhad (Petronas).
  • a cessão da participação total em 34 campos de produção terrestres. Quem comprou foi a empresa Potiguar E&P S.A., subsidiária da Petrorecôncavo.

Somente em 2019, entre transações de desinvestimentos assinadas e concluídas, a Petrobras já alienou ativos por um valor total de US$ 11,3 bilhões.

“Hoje é um dia importante para Petrobras com a assinatura de três transações relevantes. A contínua gestão de portfólio contribui para melhorar a alocação do capital, aumentando consequentemente a geração de valor para os nossos acionistas, além de viabilizar a redução do endividamento e do custo de capital da companhia”, informou o presidente da Petrobras Roberto Castello Branco. A frase do presidente da estatal foi inserida em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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A Petrobras informou que as três operações estão em consonância com a Sistemática para Desinvestimentos da Petrobras. Além disso, elas estão alinhadas ao Decreto 9.188/2017, que estabelece o regime especial de desinvestimentos das sociedades de economia mista federais. Assim como ao Decreto 9.355/2018 que dispõe sobre o procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, conforme aplicável.

Cessão da TAG

Sobre a TAG, a Petrobras informou que o valor da alienação de 90% será de aproximadamente US$ 8,6 bilhões. Um valor que considera os ajustes previstos contratualmente e que inclui o pagamento das dívidas da transportadora junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Um valor que chega a até US$ 800 milhões. O pagamento será realizado na data do fechamento da operação.

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A TAG é uma empresa que opera no setor de transporte de gás natural. Ela detêm atualmente autorizações de operação de longo prazo para uma malha de gasodutos de cerca de 4,5 mil km de extensão e 74 milhões de m3/dia de capacidade de transporte. Essas infraestruturas estão localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil.

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“A Petrobras continuará a utilizar os serviços de transporte de gás natural prestados pela TAG, por meio dos contratos já vigentes entre as duas companhias, sem qualquer impacto em suas operações e na entrega de gás para distribuidoras e demais clientes”, informou a estatal.

Campos de Tartaruga Verde e Modulo III de Espadarte

A Petrobras também vai ceder 50% dos direitos nos campos de Tartaruga Verde e Modulo III de Espadarte. O valor da transação é de US$ 1,293,5 bilhão. Esse montante será pago em duas parcelas: US$ 258,7 milhões imediatamente e US$ 1,034,8 bilhão na data de fechamento da operação, sem considerar os ajustes devidos. A estatal vai manter 50% de participação e a operação dos campos.

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O campo de Tartaruga Verde iniciou sua operação em 22 de junho de 2018. O campo produz atualmente cerca de 103 mil bpd de óleo e 1,2 milhão de m3/dia de gás.

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O campo Módulo III é uma área do campo de Espadarte a ser desenvolvida de forma integrada com o campo de Tartaruga Verde. A previsão da extração do primeiro petróleo será em 2021.

Campos terrestres cedidos

Além dos campos marítimos, a Petrobras também vai ceder sua participação em 34 campos terrestres no Rio Grande do Norte. O total da operação será de US$ 384,2 milhões e será pago em três parcelas:

  • US$ 28,8 milhões imediatamente;
  • US$ 293,9 milhões na data de fechamento, sem considerar os ajustes devidos;
  • US$ 61,5 milhões como earn-out vinculado à aprovação, pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), da extensão do prazo contratual de 10 das 34 concessões objeto da transação.

A Petrorecôncavo apresentou a segunda melhor oferta do processo competitivo. Entretanto, ela foi escolhida pela Petrobras após a desclassificação da empresa 3R Petroleum. Os campos vendidos pela estatal são:

  • Acauã (AC),
  • Asa Branca (ASB),
  • Baixa do Algodão (BAL),
  • Boa Esperança (BE),
  • Baixa do Juazeiro (BJZ),
  • Brejinho (BR),
  • Cachoeirinha (CAC),
  • Cardeal (CDL),
  • Colibri (CLB),
  • Fazenda Curral (FC),
  • Fazenda Junco (FJ),
  • Fazenda Malaquias (FMQ),
  • Jaçanã (JAN),
  • Janduí (JD),
  • Juazeiro (JZ),
  • Lorena (LOR),
  • Leste de Poço Xavier (LPX),
  • Livramento (LV),
  • Maçarico (MRC),
  • Pardal (PAR),
  • Patativa (PAT),
  • Pajeú (PJ),
  • Paturi (PTR),
  • Poço Xavier (PX),
  • Riacho da Forquilha (RFQ),
  • Rio Mossoró (RMO),
  • Sabiá (SAB),
  • Sabiá Bico de Osso (SBO),
  • Sabiá da Mata (SDM),
  • Sibite (SIB),
  • Três Marias (TM),
  • Trinca Ferro (TRF),
  • Upanema (UPN),
  • Varginha (VRG).

“Todas as concessões são 100% Petrobras à exceção dos campos de Cardeal e Colibri onde a Petrobras detém 50% de participação, tendo a Partex como operadora com 50% de participação, e dos campos de Sabiá da Mata e Sabiá Bico-de-Osso onde a Petrobras tem 70% de participação, tendo a Sonangol como operadora com 30% de participação”, informou a estatal.

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Carlo Cauti

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