Peso desaba e Argentina busca medidas para conter o estrago

O governo argentino anunciou hoje, quinta-feira, que está procurando formas de reduzir o déficit fiscal e conter os riscos financeiros, enquanto sua moeda, o peso, despenca em relação ao dólar.

Na abertura do mercado, hoje, a moeda argentina caiu 15,6%, chegando a 39 pesos por dólar, uma nova mínima histórica e metade do valor em que se encontrava no começo do ano.

Como forma de conter o colapso do peso, o banco central argentino declarou a elevação da taxa de juros para 60%, em comparação aos 45% em que se encontrava antes, e também o aumento de 5 pontos percentuais no juro compulsório para bancos privados.

Segundo o banco central, as medidas são “resposta à conjuntura cambial atual e ante o risco de que implique em um impacto maior sobre a inflação doméstica”.

A crise financeira da Argentina já levou o país a acertar um empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 50 bilhões de dólares, comprometendo-se a reduzir seu déficit a 1,3% de seu PIB em 2019.

Em discurso num evento com empresários, o chefe de gabinete Marcos Peña declarou: “estamos trabalhando na instrumentação para adiantar nossas metas para o próximo ano para reduzir esse risco financeiro, o qual vai levar necessariamente à continuidade das discussões de como acelerar também o caminho até o equilíbrio fiscal.” Depois do evento, disse ainda que o governo argentino errou, mas que o país está indo na direção certa.

Mauricio Macri, presidente da Argentina, anunciou na quarta-feira que o FMI adiantará recursos para que o financiamento do país seja garantido, como forma de aliviar temores de que poderia haver uma interrupção dos pagamentos da dívida argentina.

Daniel Quandt

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