Para Via Varejo (VVAR3), mercado ainda não precificou aposta no Banqi

Após as manobras do Itaú Unibanco (ITUB4) para desmembrar a operação da XP Investimentos para “destravar o valor” da corretora, a Via Varejo (VVAR3) sinalizou uma estratégia semelhante, ao afirmar que o mercado ainda não precificou a aposta da varejista no banco digital Banqi.

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Durante conferência sobre os resultados do terceiro trimestre nesta quinta-feira (12), o CEO da Via Varejo, Roberto Fulcherberguer, afirmou que o mercado não precifica as possibilidades que a companhia de varejo possui com o banco digital.

“A nossa aposta no Banqi sequer está precificada no valuation que as pessoas fazem da Via Varejo”, disse Fulcherberguer. “Estamos demonstrando que os ativos que a Via Varejo têm são de qualidade e, por isso, estamos disputando o mercado de marketplace no Brasil de igual para igual”, afirmou.

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De acordo com a empresa, o Banqi possui cerca de um milhão de contas, das quais 600 mil foram abertas nos últimos três meses. Desses, 430 mil são clientes ativos, ou seja, com pelo menos uma transação pelo banco digital.

Além desses dados, a Via Varejo também informou que o banco digital possui R$ 1,2 bilhão sob gestão, sendo R$ 685 milhões captados nos últimos três meses.

O CEO da Via Varejo também afirmou que o banco digital deverá, em breve, oferecer contas e serviços bancários para os vendedores do marketplace das Casas Bahia.

“Estamos concluindo a jornada para PJ no marketplace e teremos várias facilidades de financiar o cliente deles e os próprios sellers Dado que eu sei exatamente o volume de transações que eles fazem, fica muito fácil de financiar”, disse.

Em fevereiro deste ano, a varejista exerceu a opção de compra da da CarrierEQ, Inc. d/b/a Airfox, que detinha o controle do Banqi. Com a aquisição, a Via Varejo passou a ofertar mais serviços bancários aos clientes -tendência no setor.

A empresa também tenta trazer mais clientes às lojas físicas, por meio de serviços bancários, como saques e empréstimos, principalmente nas lojas das Casas Bahia.

Resultados do online animam a Via Varejo

Para além do Banqi, os resultados das vendas online animaram a gestão da Via Varejo. Segundo o CEO da varejista, a participação das vendas por canais digitais cresceu 22 pontos percentuais, passando de 18,5% do total para 41%.

“Dobramos a participação do online, com 41% de participação, as lojas voltaram a estar reabertas e crescemos 12,8% no comparável entre lojas abertas. Revertemos o período de lockdown e crescemos também nas lojas físicas”, disse Fulcherberguer.

O lucro líquido da Via Varejo entre julho e setembro foi de R$ 590 milhões, um resultado muito superior ao consenso, que era de R$ 88 milhões, revertendo o prejuízo registrado no mesmo período do ano passado, de R$ 346 milhões.

No acumulado dos primeiros nove meses do ano, o lucro líquido da gigante varejista foi de R$ 667 milhões, contra um prejuízo de R$ 558 milhões registrado no mesmo período do ano passado.

A gigante varejista registrou um recorde do Volume Bruto de Mercadorias vendidas (GMV, na sigla em inglês), que alcançou R$ 10 bilhões, sendo que 41% foi do canal de vendas on-line. Um aumento considerável em relação aos 18,5% registrados no mesmo período de 2019.

Consumidores não anteciparam compras

Após voltar ao lucro no terceiro trimestre, a gestão da Via Varejo se demonstrou animada com as possibilidades para o quarto trimestre deste ano e para o ano que vem.

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Para Roberto Fulcherberguer, não houve uma antecipação das compras de datas importantes para o varejo, como a Black Friday e o Natal, durante a pandemia, com os efeitos do coronavoucher.

“Não achamos que vem ocorrendo uma antecipação do consumo. Se formos pegar o total das categorias, seria mais ou menos igual. Estamos otimistas com o quarto trimestre e bastante otimistas com o ano que vem”, disse.

Segundo o CEO, os problemas de abastecimento nas indústrias, que vêm atormentando os varejistas nacionais, não devem pesar nos próximos meses para a Via Varejo.

“Existe um problema de abastecimento no mercado, mas estamos com R$ 7 bilhões no estoque, estamos vendendo bem, mas seguimos recebendo mercadoria para manter estoque. Talvez tenhamos falta de um item ou outro, mas estamos super preparados para a jornada do fim do ano”, disse.

Para o executivo, a Via Varejo deve permanecer brigando com Magazine Luiza, Lojas Americanas, Mercado Livre e Amazon pelo setor no Brasil.

“Ganhamos 8 pontos de market share agora e vamos seguir ganhando share, adicionando o meio de share que a gente vem ganhando de maneira consistente”, disse o CEO da Via Varejo.

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Vinicius Pereira

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