PagSeguro compra Wirecard Brazil, subsidiária de empresa alemã de pagamentos
A PagSeguro, companhia que pertence ao grupo Uol, comprou a subsidiária brasileira da Wirecard, empresa de pagamentos alemã envolvida em um escândalo de fraude contábil. A operação ainda precisa ser aprovada pelo Banco Central do Brasil e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A negociação não teve seu valor divulgado pelas empresas. As informações são do jornal “Valor Econômico”.
A Wirecard atua no Brasil como uma subcredenciadora, tendo iniciado seus serviços no País após comprar a empresa Moip, por R$ 165 milhões, há quatro anos. A Wirecard Brazil possui R$ 120 milhões em receitas, cerca de 200 mil clientes e R$ 5 bilhões em volume total de pagamentos.
Por outro lado, a PagSeguro é uma companhia que possui R$ 6 bilhões em receitas, 5,5 milhões de clientes ativos e R$ 122 bilhões em volume total de pagamentos. Os números são bem superiores aos da subsidiária da Wirecard, porém a companhia também possui mais tempo de vida e uma grande consolidação no mercado nacional. Com a aquisição da Wirecard Brazil, a décima feita pela PagSeguro desde 2009, a companhia do grupo Uol deverá reforçar a oferta para o e-commerce.
Fraude contábil da dona da Wirecard Brazil, nova aquisição da PagSeguro
O Ministério Público de Munique está investigando a empresa e sua diretoria por fraude contábil, falsificação de balanços e insider trading. Em junho deste ano, a fintech alemã Wirecard informou que apresentaria às autoridades do país um pedido de insolvência, após revelar a inexistência de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,7 bilhões) em seu balanço, que dizia ter lucrado ao longo de mais de uma década. A Wirecard cancelou a divulgação dos dados de 2019 e do primeiro trimestre de 2020. Além disso, os balanços de anos anteriores também poderão ser afetados pela fraude contábil.
Mesmo tendo acontecido na Alemanha, a Wirecard Brazil, nova aquisição da PagSeguro, também sofreu com os imbróglios financeiros que envolveram sua controladora. A empresa, inclusive, teve sua imagem deteriorada, chegando a ter sua liquidez pressionada devido a um movimento de antecipação dos recebíveis de pagamentos com cartões feitos por meio da Wirecard, solicitado por lojistas após o escândalo.
