Oi anuncia que Eurico Teles sairá da presidência em 30 de janeiro

O presidente da Oi (OIBR3; OIBR4), Eurico Teles, sairá da presidência da companhia no dia 30 de janeiro de 2020. A companhia divulgou a notícia nesta terça-feira (10), por meio de fato relevante.

O Conselho de Administração da Oi indicará o nome do substituto para o cargo. O plano da Oi, que foi homologado pela Justiça em Setembro, prevê que Teles saia da companhia até o começo de 2020.

O provável substituto de Teles deve ser Rodrigo Abreu, o atual Chief Operating Officer (COO) da Oi.

Plano de mudança no comando da Oi

A Justiça do Rio de Janeiro já havia homologado no dia 2 de setembro o plano de transição do comando da Oi. A informação havia sido divulgada pelo jornal “Valor Econômico”.

Saiba mais: Justiça do RJ homologa plano de mudança de comando da Oi

O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro homologou o plano da Oi. Esse documento, que transitava em segredo de Justiça, prevê a criação de um cargo de diretor operacional com amplos poderes de gestão. Esse executivo deveria substituir o diretor-presidente da empresa de telefonia, Eurico Teles.

O documento que indica a transição, aprovado pelo juiz Fernando Viana, foi assinado por Teles, pelo diretor financeiro e de relação com investidores da Oi, Carlos Augusto Brandão, e pelo presidente do conselho Eleazar de Carvalho Filho.

O plano de mudança ocorreu após as pressões sofridas por Teles após os péssimos resultados no segundo trimestre deste ano.

Pressão de acionista pela saída de Teles

A maior acionista da Oi, a GoldenTree Asset Management, havia informado em agosto deste ano, que está discutindo com a alta cúpula administrativa da empresa de telefonia, mudanças na companhia por conta dos péssimos resultados apresentados no segundo trimestre.

Saiba mais: Maior acionista da Oi quer a saída do atual CEO da companhia

A GoldenTree Management, que após a reestruturação da Oi em dezembro de 2017 se tornou a maior acionista da empresa com uma participação de 15%, informou que somente um CEO experiente poderia executar o plano estratégico da companhia, diferentemente do atual que é um “advogado talentoso”.

“Nós agora tememos que o futuro de longo prazo da empresa esteja em sério risco por conta da pobre tomada de decisões, performances operacional e financeira decepcionantes e fracasso em aplicar importantes princípios de governança corporativa previstos pelo plano de reorganização”, informou a gestora.

Lava jato

A Polícia Federal (PF) cumpre 47 mandados de busca e apreensão na 69ª fase da Operação Lava Jato. Esta fase tem como objetivo investigar repasses do grupo Oi/Telemar para uma empresa de Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Saiba mais: Lava Jato: PF investiga repasses da Oi para empresa de filho de Lula

A ação da PF é denominada “Mapa da Mina” e é uma continuação da 24ª etapa da Lava Jato, na qual o ex-presidente Lula depôs. A defesa do ex-presidente negou que o político tinha algum envolvimento com esse tipo de irregularidade.

De acordo com as investigações, os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro eram feitos por meio de contratos com as operadoras de telefonia atuantes no Brasil e no exterior.

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As apurações da PF mostram que os pagamentos feitos entre o ano de 2004 e o de 2016, no montante de cerca de R$ 132 milhões, para o grupo Gamecorp/Gol (do filho de Lula), foram realizados sem nenhuma justificativa econômica aceitável.

“Provas documentais colhidas, como contratos e notas fiscais, além de dados extraídos a partir do afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, indicam que as empresas do grupo Oi/Telemar investiram e contrataram o grupo Gamecorp/Gol sem a cotação de preços com outros fornecedores, fizeram pagamentos acima dos valores contratados e praticados no mercado, assim como realizaram pagamentos por serviços não executados”, disse em nota a Polícia Federal.

Rafael Lara

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