Oi (OIBR3): Highline busca operação completa e deve revender carteira de clientes

A estratégia da americana Highline, que conseguiu obter exclusividade na negociação da operação móvel da Oi (OIBR3), visa obter a operação da companhia de telefonia como um todo e, depois, revender a carteira de clientes para outra operadora.

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Segundo o SUNO Notícias apurou, o que realmente interessa a Highline é a infraestrutura da Oi. Por isso, ofereceu cerca de R$ 1,07 bilhão apenas pelas torres da empresa e deve realizar outras ofertas pelos demais setores da operadora brasileira.

No momento, a empresa americana não possui nenhuma torre no País e deve buscar essa infraestrutura da Oi.

“No mundo inteiro essas empresas [de telefonia] estão transferindo a infraestrutura, como as torres, por exemplo, para empresas independentes. Isso otimiza o investimento e facilita o licenciamento das operadoras”, disse uma fonte com conhecimento no assunto ao SUNO Notícias.


O objetivo da Highline é formar uma rede neutra, onde a empresa alugará a capacidade dessas torres com contratos de longo prazo para as três maiores operadoras: Claro, Vivo e TIM.

A exclusividade deve transformar a Highline na chamada “stalking horse”, ou seja, poder liderar a competição pelos ativos da Oi.

“O que eu vejo de vantagem da Highline entrar como stalking horse é que, se outros vierem a oferecer lances, ela pode cobrir, além de ter o poder da decisão, pois as outras terão problema no Cade”, afirmou a fonte.

Highline deve repassar carteira de clientes da Oi

A proposta da Highline em relação a concorrente, comanda em conjunto por Claro, Vivo e TIM, tem como base a estratégia de não competir diretamente com algum dos players do varejo.

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A ideia da companhia americana é comprar a Oi como um todo, com ofertas parceladas, e revender a carteira de clientes – principal cobiça das operadoras que já atuam por aqui e até da China Mobile. A oferta minima é de R$ 15 bilhões.

Assim, para obter mais recursos, a Highline deve alinhar em contrato que, quem comprar tal carteira, deve obrigatoriamente locar a infraestrutura da empresa.

Veja também: Oi (OIBR3) fecha exclusividade para venda de área móvel com Highline

Isso amarraria uma receita no longo prazo e também não impediria a Highline de comercializar a mesma infraestrutura com as demais concorrentes da operadora que fechará o negócio inicial.

Além disso, a Highline também deve comercializar a frequência, que é limitada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e necessária para que as companhias de telefonia possam expandir seus serviços.

“Hoje, quem precisa de mais frequência é a TIM. A Oi, em tese, é a que tem menos a oferecer. Mas há um fator regional. Pode ser que a Oi possua frequências em locais em que as demais não têm e isso pode valer muito para quem adquirir a Oi, seja uma das operadoras que já estão aqui, seja alguém de fora”, disse uma fonte com conhecimento ao assunto.

Highline deve ter mais facilidade com Cade

A proposta de compra da Oi pelo conjunto das operadoras que já atuam no Brasil alertou as autoridades do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), responsáveis pela justa concorrência no Brasil.

A compra e divisão do ativo deveria concentrar ainda mais o mercado. Com a venda da operação completa da Oi para a Highline, o market share das empresas pode ser diluído com uma nova concorrente.

Além do problema societário, o negócio ainda precisa passar por outras três análises: a judicial, dado a condição da recuperação da Oi, a concorrencial do Cade e a regulatória, pela Anatel.

“A Highline teria a vantagem de uma decisão positiva junto ao juiz da recuperação, Anatel e ao Cade”, disse a fonte em relação a Oi.

Vinicius Pereira

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