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Oi pode se beneficiar com bloqueio de bens de acionista da Unitel

Oi

Oi (divulgação)

A derrota jurídica de uma das principais acionistas da operadora angolana Unitel, a empresária Isabel dos Santos, pode beneficiar a Oi (OIBR3; OIBR4). A operadora brasileira pretende vender a fatia de 25% que possui na companhia angolana.

Isabel dos Santos, que é filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, teve seus bens bloqueados por decisão do Tribunal Provincial de Luanda no dia 23 de dezembro. Entre os bens arrestados, está a participação acionária de 25% na Unitel. A Oi poderá ser beneficiada pois a operadora brasileira está em uma disputa com a empresária para receber dividendos da empresa angolana, que estão retidos desde 2012.

“O cenário [para venda da participação da Oi na Unitel] pode ficar mais simples, dado que diminui a chance de disputa política que possa atrapalhar [a operação]”, afirmou uma fonte ao jornal “Valor Econômico”.

A executiva teve seus bens bloqueados por conta de uma investigação relacionada ao investimento de recursos públicos em uma empresa suíça para o comércio de diamantes angolanos no exterior. De acordo com os órgãos públicos da Angola, a negociação gerou prejuízo ao Estado.

Além da empresária, seu marido Sindika Dokolo e o gestor português Mário Silva também são alvos da investigação.

Com o pagamento dos dividendos, a Oi poderá vender sua fatia da Unitel para Sonangol. A petroleira já confirmou o interesse em adquirir a participação na operadora angolana, no entanto, salientou que a negociação só poderá ocorrer após os pagamentos pendentes.

Interesse da Sonangol na Unitel

O presidente da Sonangol, Gaspar Martins, disse, em entrevista ao portal português “Expresso”, na semana passada, que a empresa irá adquirir a posição de 25% pertencente a Oi na Unitel.

Saiba mais: Sonangol irá adquirir posição da Oi na Unitel, diz presidente

A empresa brasileira, em processo de recuperação judicial, tem como objetivo vender os 25% que detém na companhia angolana para levantar um valor que possa ajudar a empresa a se reerguer. De acordo com especialistas, a operação pode render cerca de US$ 1 bilhão a empresa brasileira de telecomunicações.

“Estamos a equacionar a hipótese de ficar com a posição da PT Ventures, mas tudo está dependente da decisão final do Tribunal Arbitral de Paris”, afirmou Martins.

Última cotação da Oi

As ações ordinárias da Oi (OIBR3) encerraram em queda de 2,13%, nesta quarta-feira, mesmo em meio a um possível cenário positivo para a operadora. Os papéis são negociados a R$ 0,92. Em contrapartida, as ações preferenciais (OIBR4) fecharam em alta de 2,31%, a R$ 1,33.

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