Odebrecht adia assembleia-geral com credores da Braskem

A Odebrecht adiou a assembleia-geral de credores de 21 de suas subsidiárias na última quarta-feira (4). A reunião ficou marcada para a próxima terça-feira (10).

O objetivo da Odebrecht é que os bancos detentores da participação de 50,1% na Braskem se alinhem em um consenso. Além disso, a empreiteira quer ter acesso a 80% dos dividendos da petroquímica até a sua venda.

“Se os credores entenderem que será necessário mais uma semana, duas, prosseguiremos. O interesse da empresa é chegar a um plano sólido e que tenha consenso de todos”, informou o advogado da empreiteira Eduardo Munhoz.

As instituições financeiras não fecharam acordo, dessa forma, a companhia chegou à assembleia de credores sem um novo plano, além do já apresentado 60 dias após a homologação da recuperação judicial.

Os bancos que devem entrar em acordo até a próxima terça-feira são os seguintes:

Endividamento da Odebrecht

Em junho deste ano, a Odebrecht levou à Justiça R$ 98 bilhões em compromissos, que é a soma de dívidas corporativas mais avais e garantias de 21 holdings e subholdings. No total, é necessário que o grupo reestruture R$ 55 bilhões, sendo que R$ 40 bilhões são créditos dentro da recuperação e R$ 15 bilhões em dívidas extraconcursais (fora do processo na Justiça).

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Além disso, existem outros R$ 33 bilhões em dívidas entre as companhias do grupo, que possivelmente serão anuladas, além de aproximadamente R$ 10 bilhões em compromissos com seguradoras.

Os bancos envolvidos possuem ações da Braskem e seus dividendos como garantia. Os papéis da empresa cobririam R$ 12,6 bilhões em compromissos.

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As definições com as instituições englobam o plano para as dívidas de R$ 11 bilhões da Atvos, controlada sucroalcooleira do grupo que está no seu próprio processo de recuperação judicial. A AGC da empresa de agronegócio está marcada, em primeira convocação, para a próxima sexta-feira (6), e para o dia 17 de dezembro, em segunda convocação.

No dia 28 de novembro, o desembargador Alexandre Lazzarini decidiu que a Odebrecht terá de fazer uma votação, por meio de um plano único, para os credores de cada uma das 21 sociedades em recuperação judicial, de forma separada.

Poliana Santos

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