Sob acusações de fraude, Nikola admite que caminhão em vídeo não andava sozinho

A fabricante de caminhões elétricos Nikola Motors (Nasdaq: NKLA) admitiu nesta segunda-feira (14) que confiou na tecnologia de fornecedores nos primeiros modelos e utilizou um veículo descendo ladeira a baixo em vídeo de marketing.

As ações da empresa despencaram 40% na bolsa automática dos Estados Unidos Nasdaq desde que a Hindenburg Research, que está vendida na Nikola, divulgou um relatório na última semana alegando que a companhia falsificou um vídeo e passou uma tecnologia adquirida como sua própria.

Em resposta, a fabricante procurou rebater o que chamou de “comentários falsos e enganadores” nos documentos, enquanto rejeitava as acusações feitas sobre seu fundador e CEO Trevor Milton como “não relevantes para a Nikola”. Apesar disso, a companhia admitiu vários pontos levantados pelo relatório, incluindo que rolou o caminhão ladeira abaixo durante um vídeo, o que fez parecer que o veículos estava dirigindo.

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A “Nikola nunca declarou que o caminhão estava se movendo sob propulsão própria”, salientou o grupo nesta segunda-feira. A “Nikola descreveu esse vídeo de terceiros nas redes sociais da empresa como ‘em movimento’. Ele nunca foi descrito como ‘sob propulsão própria’ ou ‘impulsionado por tração'”, acrescentou a empresa.

Nikola responde acusações sobre sua tecnologia

Outra acusação realizada pela Hindenburg Research foi de que a companhia havia utilizado componentes de seu fornecedor enquanto afirmava desenvolver seus próprios sistemas. A Nikola cobriu o logo de seu provedor no inversor, uma peça elétrica importante, em um vídeo.

A fabricante, por sua vez, rebateu que “estava desenhando, projetando e trabalhando em seus próprios inversores por algum tempo”. A unidade do fornecedor vista na gravação “pode ser posteriormente trocada por uma parte própria na produção”, acrescentou.

“Isso é uma prática comum entre veículos manufaturados e a Nikola frequentemente tampa os nomes dos provedores da visão da mídia e dos concorrentes”. A empresa ainda destacou que “em momento algum a Nikola afirmou que o inversor em seu protótipo de caminhão no vídeo era de propriedade da companhia ou seria utilizado em produção.”

A Nikola argumentou que o momento do curto relatório foi deliberado para maximizar os ganhos da Hindenburg, visto que as ações da fabricante estavam em alta após o anúncio, dia antes, de uma parceria de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,54 bilhões) com a General Motors.

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Arthur Guimarães

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