Nextel Brasil é comprada pela Claro por R$ 3,47 bilhões

A controladora da Claro no Brasil anunciou nesta segunda-feira (18) que alcançou um acordo para comprar a Nextel Brasil. A operadora telefônica é controlada pela mexicana América Móvil.

Os controladores da Nextel, os grupos NII e AI Brazil Holdings, concordaram em ceder suas cotas para a América Móvil. As duas controladoras tem respectivamente 70% e 30% da empresa. A operadora telefônica será vendida por US$ 905 milhões (cerca de R$ 3,47 bilhões) em bases livre de dívidas.

Em nota, as duas controladoras informaram que a venda está sujeita “a alguns ajustes no fechamento, incluindo reembolso em relação aos investimentos em ativos fixos e capital de giro de 1º de março até o fechamento da operação”.

“O anúncio dessa transação marca o ápice de um processo plurianual na busca de um caminho estratégico para a Nextel Brasil, e nos dá a melhor oportunidade para monetizar os ativos operacionais remanescentes da NII”, declarou o diretor financeiro da NII, Dan Freiman.

A NII Holdings contratou no ano passado o banco Rotschild para vender sua participação na Nextel. Esta é a última operação da Nextel no portfólio da NII Holdings. A empresa entrou em recuperação judicial em 2014 e já vendeu a marca da operadora telefônica na Argentina, Peru, Chile e México. O objetivo é tentar reduzir a dívida e acalmar assim seus credores.

Operadoras com tamanhos diferentes

A Nextel é atualmente a 5ª maior operadora telefônica do Brasil. A empresa tem cerca de 3,3 milhões de linhas móveis ativas. Um número de linhas que correspondem a pouco mais de 1% do mercado brasileiro de telefonia celular. A Claro é a 2ª maior operadora do País. Ela controla 24,6% do mercado, atrás da líder Telefônica Vivo (31,9%).

A venda deverá ser aprovada pelos acionistas das atuais controladoras. Além disso será necessária a aprovação da Agência Nacional das Telecomunicaçõe (Anatel) e da Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade).

Essa operação ocorreu graças a mudanças regulatórias aprovadas pela Anatel no ano passado. Em novembro, a Agência diminuiu as restrições sobre a quantidade de frequência que pode ser detida por cada operadora. Essa regra impedia de fato que uma grande operadora telefônica pudesse comprar a Nextel. Isso porque teria ultrapassado o limite legal das frequências e teria que devolve-las para a Anatel.

A América Móvil informou que, com a transação “consolidará sua posição uma das principais prestadoras de serviços de telecomunicações no Brasil”. Em comunicado, a empresa salientou como, com a compra da Nextel, a Claro fortalece sua base de assinantes e cobertura nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, os principais mercados brasileiros.

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Carlo Cauti

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